Fabiana Azambuja é casada com Marcos Jolbert, mãe de três filhos, grávida do quarto, missionária da Comunidade Canção Nova e coordenadora do Projeto Famílias Novas, da Canção Nova.
1) Como a família pode encontrar sua realização? Por que você é realizada em sua família?
Partindo do ponto que a realização humana se dá na medida em que a pessoa vive a sua vocação ao Amor, a família é um ambiente propício para esta realização, pois nela encontramos pessoas únicas, com qualidades e defeitos, em formação constante e com desafios diários para que o Amor seja vivido de forma concreta. Sou realizada na minha família, pois encontro nela, a cada dia esse desafio de amar e ser amada.
2) Sua família é perfeita? Mesmo não sendo perfeita você a ama?
Interessante essa pergunta! Depende do que se considera por perfeição. Penso que geralmente as pessoas associam perfeição como sinônimo de não ter problemas, desavenças, contrariedades. Isso é impossível, em qualquer comunidade de pessoas. Diria que a minha família é a “perfeita”, no sentido de que é aquela que eu preciso para viver no meu dia a dia, a busca de ser melhor para eles, e eles melhores para mim. E assim eu a amo, pois as suas imperfeições são degraus para o meu crescimento como mulher, esposa, mãe e profissional.
3) O que sua família representa para você?
Representa o lugar da minha existência, da minha intimidade, de ser o que eu sou. O lugar onde busco colocar em prática os meus ideais de vida.
4) A transmissão de virtudes entre pais e filhos
As virtudes são disposições habituais e firmes para fazer o bem. Nós como pais precisamos estar atentos no dia a dia, desde a hora que acordamos, colocamos a mesa do café, nos arrumamos para escola, nos divertimos, e outras atividades, quais são as disposições que existem nos nossos filhos e ensiná-los a praticar.
Saber quais são as virtudes é o primeiro passo: fé, esperança e caridade, prudência, justiça, fortaleza e temperança. E saber que os dons do Espírito Santo, facilitam o exercício mais perfeito das virtudes.
Aqui em casa somos em seis pessoas: eu, meu esposo, Marcos Jolbert; o meu filho, Paulo Estevão, de dez anos, a Maria Teresa de sete, o João Gabriel de quatro anos e estamos esperando um bebê; estou com 3 meses de gestação.
Alguns exemplos de como no nosso dia a dia, tão parecido com o seu, somos chamados como pais a sermos mestres no ensino das virtudes aos nossos filhos, e sem contar que em muitas vezes, os mestres acabam sendo os nossos filhos que nos ensinam as virtudes:
Fé – Me recordo aqui da minha filha de 7 anos explicando para o de 4 anos, o que é a fé. Ela disse para ele: “Fé é acreditar naquilo que não se vê”. Quando participávamos da Missa, ela disse: “Não vemos Jesus na Eucaristia, mas acreditamos, pois fé é acreditar naquilo que não se vê”.
Esperança – Assistimos a um filme chamado: “Prefiro o Paraíso”. Como esse filme ajudou os meus filhos a terem noção da vida eterna, de que estamos neste mundo de passagem, que nas escolhas do dia a dia deles, precisam escolher o bem. Outro filme “O grande milagre”. O meu filho de 04 anos, todas as vezes que ia rezar me dizia: “precisamos rezar pelas almas do purgatório”, e acrescentava: Quantas saíram mamãe?
Amor – Na virtude do Amor, o exercício é diário, pois eles desobedecem, brigam, querem fazer a sua vontade. Ensinamos a eles, que dentro de nós temos o inimigo do amor, que é o egoísmo. Dizemos, nas horas que o egoísmo está em alta no coração deles: crianças, vamos diminuir o egoísmo e aumentar o amor? A quem vocês vão dar a vitória? É incrível, como é difícil exercitar o amor. Mas é preciso ser ensinado. O amor se aprende.
Temperança – A virtude que modera a atração para os prazeres sensíveis e procura a moderação no uso dos bens criados. Essa também é muito importante e diária, na hora da mesa, em esperar a hora de comer a sobremesa, dividir o chocolate com 6 pessoas, aprender a controlar a si mesmo, ter autodomínio, exercícios que podem ser feitos sempre e a cada situação que a própria vida familiar oferece.
A família é uma escola de virtudes, que nós pais possamos assumir a nossa tarefa de educadores, nesta escola.