Em Aparecida (SP)

JMJ recebe destaque em coletiva na Assembleia dos Bispos

A Jornada Mundial da Juventude foi o principal assunto da coletiva de imprensa, concedida aos jornalistas, na tarde dessa quarta-feira, 17, durante Assembleia Geral dos bispos.

No início da entrevista, o porta da voz da Assembleia, Dom Dimas Lara Barbosa, acentuou que o Sínodo para a Nova Evangelização, ocorrido no ano passado, a Semana Missionária nas dioceses e a pós-Jornada foram pautas na plenárias dos bispos. Da mesma forma, estiveram entre os assuntos mencionados, os povos indígenas, tema central da Assembleia e Jornada Mundial da Juventude.

Para o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, a JMJ é um serviço prestado à sociedade e à juventude, visto que conta com o protagonismo dos jovens no evento. Também falou sobre a importância da Semana Missionária que acontece dias antes à Jornada e que receberá pessoas de vários países nas dioceses brasileiras.

O arcebispo ressaltou que um dos grandes destaques da Jornada será a primeira viagem apostólica do Papa Francisco. “Um momento de muito interesse por ser a sua primeira viagem e por ser também um Papa latino-americano, de um país da América do Sul [Argentina], que sediou a primeira Jornada da história”.

Segundo o arcebispo, os preparativos para o evento estão caminhando, mas ainda resta muita coisa a ser feita. Destacou que o Rio tem suas preocupações, mas que a questão da locomoção dos peregrinos é o que mais preocupava. Para amenizar o problema, a equipe reservou os grandes deslocamentos dos jovens para os momentos em que o Santo Padre estará presente, ou seja, os atos centrais.

Para Dom Orani, a Jornada da Juventude é também que é um olhar para o futuro. Ela possibilita, segundo ele, a formação de jovens mais conscientes, preocupados com uma nova sociedade; “são jovens que poderão conviver melhor uns com os outros”, afirmou.  “Tudo isso são sinais da importância desse grande momento para a história do Brasil e para a caminhada da Igreja”, disse o bispo.

Durante a JMJ Rio 2013 são esperados também cristãos de outras denominações, como alguns membros da Igreja Anglicana, confirmados por seu Arcebispo Primais. Estes grupos terão uma atenção especial durante a Jornada podendo visibilizar a questão do diálogo inter-religioso. Com isso, o arcebispo conclui que a JMJ é um investimento que pensa no futuro da humanidade. “É a Igreja Católica servindo a humanidade.”

A Igreja e evangelização da juventude

Para o bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, a Igreja está vivendo um tempo bonito no Brasil, onde a juventude é o destaque. “A Igreja tem um carinho muito grande pela juventude e percebemos isso pelos documentos. Ela é uma parcela querida, que merece a nossa atenção”.

Segundo o bispo, a JMJ não é um evento isolado, mas vem colaborar na evangelização da juventude. A peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora já tem produzido frutos nessa evangelização. “A peregrinação tem feito um bem tremendo para os jovens, para a Igreja e a sociedade. Ela fica admirada ao ver a reação dos jovens ante sua adesão por Cristo nestes eventos da peregrinação.”

Na passagem dos símbolos da JMJ, Dom Eduardo dá destaque para a mistica própria deste evento que, segundo ele, tem surpreendido a muitos. “Os efeitos da passagem da Cruz gera uma ‘mistica’ e  à medida que ela passa, potencializa a pastoral juvenil nas paróquias. Nosso interesse maior é que a paróquia esteja organizada a nível juvenil”, afirmou.

A Semana Missionaria é muito importante para a Igreja, diz Dom Eduardo. Segundo ele, o evento desenvolve no coração do jovem a sua dimensão missionária. A orientação é que durante esta semana a programação seja preenchida com celebrações, momentos de festas, de oração, mas também de ação social.

Uma novidade que o bispo trouxe, acerca da evangelização dos jovens, é um possível encontro nacional de lideranças juvenis para o final do ano. A reunião pretende estudar algumas formas para revitalizar a Pastoral da Juventude no país.

Sobre os Quilombolas

Dom Pedro Cunha Cruz, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, destacou o trabalho da Igreja com os quilombolas e disse ser este um trabalho que “poucos querem colocar as mãos”. Todavia, disse que é preciso ir às periferias, evangelizar não só os centros, mas também os lugares mais distantes. Estes, segundo ele, são alvos do trabalho evangelizador da Igreja.

Segundo Dom Pedro, é preciso considerar os valores positivos e evangelizar a partir destes todas as culturas. Lembrou ainda os quilombolas não são grupos folclóricos, mas tem suas culturas. Para o bispo, o catolicismo é um valor significativo para este grupo e a ação pastoral da Igreja tem o propósito de elevar os demais valores do povo dos quilombos.

                 

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