Como vimos nas leituras de hoje, a Eucaristia já foi prefigurada na multiplicação dos pães, também nas remotas origens de nossa fé. Esses prenúncios se tornaram realidade na última ceia de Jesus, que disse aos discípulos: “Esse é o meu corpo, o meu sangue” e completou: “Fazei isso em memoria de mim”.
Realmente, Deus não quer distanciar-se de nós. Vivamos, então, em intensa ação de graças, na Eucaristia. Este congresso quer ser, em primeiro lugar, essa ação de graça solene e pública do povo brasileiro. Poder sentar à mesa eucarística é a melhor oportunidade para renovar o nosso discipulado, como propõe esse congresso. Ora, sentar-se à mesa eucarística é estar em frente de Jesus e deixar-se por Ele transformar. “Eu sou a videira e vós os ramos”. Assim, os ramos vivem da vida do tronco.
O que mais poderia Cristo fazer por nós do que nos transformar em seus seguidores, seus discípulos! O encontro simboliza a nossa adesão incondicional a Ele, nossa alegria e felicidadde de termos encontrado Deus, o verdadeiro sentido da nossa vida. A partir da Eucaristia, estamos prontos para seguir Jesus, mesmo que seja para a cruz, pois até lá estaremos para nos oferecer pela salvação do mundo. Sentar à mesa eucarística é felicidade incomensurável, porque, ali, podemos provar um Deus que é amor.
Como deixar de ir à Santa Missa e comungar! Façamos do domingo o Dia do Senhor e nos encontremos com Ele na Eucaristia. E, se possível, antes, recebamos o perdão numa boa confissão. Isso iluminará a alma do cristão e o fará sentir-se com uma vida mais leve.
O tema de nosso Congresso Eucarístico nos lembra que ser um bom discípulo nos leva a ser bons missionários. Mas para isso é preciso que sejamos muito unidos aos irmãos, porque, assim, Jesus Cristo unido ao Pai e nós unidos com Jesus e os irmãos, eis aí a unidade. Dessa unidade depende a credibilidade da Igreja. De fato, o sonho de Jesus Cristo é que a Igreja se constitua modelo de amor para toda a sociedade. Para entender, precisamos nos reportar à Santíssima Trindade, origem e modelo da comunidade de Jesus. Com efeito, na mesa eucarística, Deus Pai distribui o pão que é Seu próprio filho. Esse pão foi transformado no Corpo de Cristo pelo poder do Espírito Santo, através do sacerdote. Assim como o Espírito Santo é o amor que une o Pai e o Filho, na Igreja ele [Espírito Santo] também é o início da trindade.
Por esta razão, na última ceia, Jesus disse ao seus discípulos: “Eu voltarei ao Pai. Aquele que permanecer em mim produzirá muitos frutos”. Logo depois, na oração sacerdotal, Jesus diz ao Pai: “Não rogo somente por eles, mas para todos que creem em mim, para que o mundo creia que Tu me enviaste”. Para Jesus é fundamental a unidade para seus discípulos. A partir do momento em que os missionários forem unidos, o mundo conhecerá Jesus Cristo.
Por esta unidade, alimentada pela Eucaristia, a Igreja é chamada de povo de Deus. Ora, o maná no deserto e depois a multiplicação dos pães são sinais da Eucaristia, a mesa do pão vivo de Deus e do banquete no céu. Quando meditamos tudo isso, percebemos como Deus nos ama imensamente. O Senhor nos ama como um Pai sem reservas; Ele não quer nos perder e dá a vida por nós. Deus nos amou primeiro quando ainda éramos pecadores. Deus tanto amou o mundo que entregou o Seu Filho único para que todos tenham a vida eterna, para que o mundo seja salvo por Ele. Jesus nos amou a ponto de nos dar a vida na cruz.
É isto o que Deus preparou para os discípulos, seus filhos. O que Ele preparou para aqueles que o amam é algo que os olhos não viram nem coração nenhum jamais imaginou. Isso quer dizer que, quando sentamos à mesa de Deus, nos comprometemos em contribuir para eliminar a fome, a exclusão social. Depois de comungar na Missa, não poderíamos nos negar a ajudar os pobres, para que eles tenham uma vida humana digna, de cristão.
Aos fiéis todos, o Papa pede que tenham em grande estima o seus sacerdotes, pois estes foram escolhidos pelo Senhor, pois, como diz São Francisco de Assis, todos os dias o Filho de Deus desce ao altar pelas mãos do sacerdote. Faça cada um a sua parte, vamos nos renovar como discípulos de Jesus, tendo um encontro com Ele na Eucaristia e também diante do Santíssimo; e a Ele contar nossa vida, nosso sofrimento e alegria. E também lendo Sua Palavra na Bíblia e demonstrando nosso encantamento por Ele. Participemos com alegria e talvez com sacrifício de todo o programa desse Congresso Eucarístico.
Aos católicos de todo o Brasil, convido também a participar desse congresso. Todos nós precisamos renovar nosso encontro com Jesus Cristo. Devemos ser discípulos d’Ele para, então, sermos missionários.