Santa Sé na ONU

Dom Tomasi comenta conflitos na Síria: com a guerra se perde tudo

A crise na Síria se agravou e corre o risco de piorar depois das imagens de morte que o mundo viu nesta quarta-feira, 21, após um suposto ataque com armas químicas. Estes últimos acontecimentos têm preocupado a comunidade internacional.

O observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, acredita que um primeiro ponto a ser lembrado nessa situação são as palavras que o Papa vem repetindo: a violência não leva à solução alguma.

“É preciso também não continuar enviando armas seja para a oposição seja para o governo. Não se cria, certamente, a paz levando novas armas a este povo”, disse dom Tomasi.

Outro caminho, segundo ele, para se chegar a uma solução justa é evitar uma leitura parcial da realidade da Síria e do Oriente Médio. “Tenho a impressão de que a imprensa e os grandes meios de comunicação não consideram todos os aspectos que criam esta situação de violência e de contínuo conflito”.

Possível ataque químico

Tem-se comentado que a natureza do ataque desta quarta-feira, que matou mais de 1200 pessoas, muitas das quais mulheres e crianças, foi química, o que é negado por Damasco, capital síria. Quanto a isso, Dom Tomasi acredita que não se pode adotar um juízo sem ter evidências suficientes.

“Não se pode, a meu ver, partir já com um pré-juízo, dizendo que este ou aquele é responsável. Devemos clarear o fato, mesmo porque, de um ponto de vista de interesses imediatos, ao governo de Damasco não serve este tipo de tragédia, sabendo que ele é acusado diretamente. Como no caso das investigações de um homicídio, é preciso fazer a pergunta: a quem realmente interessa este tipo de crime desumano?”, ponderou.

E caso seja confirmado que o ataque realmente foi químico, há quem fale de uma intervenção armada. Nesse ponto, Dom Tomasi recorda que as experiências similares desse tipo de intervenção no Oriente Médio, no Iraque, no Afeganistão, mostram que este caminho não trouxe resultados construtivos. “Permanece o princípio: com a guerra se perde tudo”.

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