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Na íntegra

Íntegra: mensagem para Encontro Internacional de Oração pela Paz

Vossa Eminência,

Estou particularmente feliz de enviar a cordial saudação do Santo Padre Bento XVI aos ilustres Representantes da Igreja e Comunidade cristãs, e das grandes Religiões mundiais, bem como à população de Sarajevo, a ele particularmente querida, e a todos aqueles que estão reunidos para celebrar o 26º Encontro Internacional pela Paz, organizado pela Comunidade de Santo Egídio.

É motivo de alegria e de conforto ver que esta peregrinação de paz, iniciada em Assis em outubro de 1986 pelo beato João Paulo II, continua a dar frutos. O próprio Sumo Pontífice quis sublinhar a importância, no ano passado, 25 anos depois, da peregrinação à cidade de São Francisco, junto a tantos fiéis e a tantos homens e mulheres de boa vontade, que estão sinceramente buscando a verdade e por isso se empenhando para construir a paz. Naquela ocasião, ele observou como a causa da paz está agora ameaçada por um duplo risco: de um lado, a instrumentalização das religiões como motivo de violência, de outro, o "não" a Deus em nome de uma visão secularizada do ser humano, que à sua volta é capaz de produzir uma violência sem mensura. Os efeitos da convergência dessas duas forças negativas foram experimentados de forma dramática, também na cidade de Saravejo, naquela geurra que teve início vinte anos atrás, levando morte e destruição aos Balcãs.

Como antídoto para tais ameaças sempre recorrentes, o Papa Bento XVI criou em Assis a aliança entre religiosos e pessoas que não se sentem parte de nenhuma tradição religiosa, mas estão em uma sincera busca pela verdade, na crença de que de um diálogo profundo e sincero possa resultar: em primeiro, no empenho de uma sempre necessária purificação das religiões vividas e em segundo, manter-se aberto às grandes questões da humanidade e ao Mistério que envolve a vida do homem.

Deste modo, a peregrinação comum rumo à verdade poderá traduzir-se também na comum peregrinação rumo à paz. São expressões disso os Encontros Internacionais para a Paz promovidos pela Comunidade de Santo Egídio. O encontro deste ano em Sarajevo assume um valor especial. Como disse o beato João Paulo II, que se sentia profundamente ligado a esta cidade, “não se pode esquecer que Sarajevo tornou-se símbolo do sofrimento de toda a Europa neste século. Foi assim no início do século XX, quando a Primeira Guerra Mundial teve aqui seu início; foi de uma maneira diferente na segunda vez, quando o conflito ocorreu inteiramente nesta região” (Homilia em Sarajevo, 13 de abril 1997).

Hoje, em Sarajevo, quer partir uma mensagem de paz, graças ao encontro de tantos homens e mulheres de religiões diferentes. A Paz precisou ser apoiada por corações e mentes que cercam a verdade, se abrem à ação de Deus, colocando as mãos sobre o outro. É importante agora ampliar nossa visão ao mundo inteiro e à problemática realidade para a convivência, para a reconciliação e para a paz, que ainda a caracterizamos com esperança e emprenho: continua, infelizmente, a ameaça do terrorismo, tantas guerras ensangüentando a terra, a violência contra os irmãos parece não ter fim. O nosso mundo precisa verdadeiramente de paz! Na verdade, sobre do nosso mundo mais alto o grito “venha a paz!”. O pensamento do Santo Padre vai, neste dia, de modo particular, ao Oriente Médio, à dramática situação da Síria e à Viagem Apostólica que está prestes a se realizar no Líbano. A esperança é que aquela terra, e todas as terras precisam de reconciliação e de tranquilidade, é logo encontrar a paz e uma convivência serena, na estabilidade e no respeito dos direitos humanos.

A longa experiência de diálogo, vivida também nestes encontros, mostra como é uma falácia a cultura da batalha, enquanto o valor do diálogo estabelecido equilibra a verdade, da qual brota a paz: “O viver junto é, no fundo, uma simples predisposição, que deriva diretamente da nossa condição humana. É, portanto, nossa tarefa dar um conteúdo positivo. O viver junto pode transformar-se em um viver um contra o outro, pode transformar-se em um inferno, se não aprendemos a acolher uns aos outros, se todos não querem ser nada além de sim mesmos. Mas abrir-se aos outros, oferecer-se aos outros pode ser também um dom”. (Bento XVI, Mensagem ao Encontro Internacional pela Paz de Mônaco, 1° de Setembro de 2011). É uma consciência que deve ampliar as consciências dos homens e dos povos. “Viver junto é o futuro!”. Esta visão para nós cristãos está enraizada na fé: “o Deus em quem nós cremos é o Criador e o Pai de todos os homens, a partir do qual todas as pessoas são irmãos e irmãs e constituem uma única família. A cruz de Cristo é para nós o sinal de Deus, que em vez da violência, coloca o sofrer com o outro e o amar com o outro”. (Bento XVI, Discurso em Assis, 27 de outubro de 2011).

O Santo Padre, enquanto deseja um frutuoso encontro, se une espiritualmente a todos os presentes, na certeza de que o Senhor, Pai de todos os homens, continuará a nos guiar no caminho da paz e do encontro pacífico entre os povos, abençoando cada um de nossos compromissos.

Junto-me também às saudações do Sumo Pontífice e aproveito a ocasião para manifestar a Vossa Eminência os sentimentos da minha consideração e estima em Cristo.

Cardeal Tarcísio Bertone
Secretário de Estado

             

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