A tarde do 1º Seminário de Comunicação prendeu a atenção dos Bispos, quando a delegada titular Helen Sardenberg, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no Rio de Janeiro (DRCI-RJ) abriu a discussão sobre os crimes cometidos na internet. Da mesma forma que é possível encontrar ideias e conteúdos geniais na web, o espaço também é ocupado por pessoas que planejam crimes de todas as espécies. “Indivíduos que não teriam coragem de agir na vida real, sentem-se protegidos pelo anonimato do mundo virtual”, declara Sardenberg.
Hoje no Brasil, as leis contra os crimes virtuais são fundamentadas na Constituição Federal de 1988 e projetos de uma nova legislação tramitam no Congresso há décadas. Infrações como a calúnia, difamação e injúria são comuns nos sites de relacionamentos e são punidas com base no Código Penal, por exemplo. O número de fraudes na internet cresceu 6.513% no Brasil entre os anos de 2004 e 2009, de acordo com o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança.
Chefe da delegacia pioneira em crimes virtuais no país, Helen afirma que as denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia. “A DRCI trabalha nesses crimes, mas a arma do cidadão é a denúncia. Que pode ser feita na delegacia do seu bairro”, afirma.
A própria delegada admite que na web, ela também é vítima. “Se eu mando prender um indivíduo hoje, ele paga fiança e amanhã o meu nome está na internet, ao lado de muitos nomes feios”, declara.
Para Helen, o caminho pode estar dentro de casa. “A melhor arma é o diálogo entre pais e filhos. Mesmo que os pais não conheçam tecnologia, novas mídias, eles entendem de vida, de proteção, de cuidado”.
O 1º Seminário de Comunicação dos Bispos do Brasil (Secobb) acontece no Rio de Janeiro até o próximo sábado, 16, e reúne mais de 80 bispos e sacerdotes de todo o país para refletir o tema: "Comunicação e evangelização no contexto das transformações culturais provocadas pelas novas tecnologias".
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