O Papa ressaltou uma certa moda de "amnésia coletiva" que desejaria negar a evidência histórica das raízes cristãs do Velho Continente. "Está em moda ter amnésia e negar as evidências históricas. Afirmar que a Europa não tem raízes cristãs equivale pretender que um homem possa viver sem oxigêncio e nutrição. É preciso não ter vergonha de reclamar e sustentar a verdade, refutando, se necessário, aquilo que é contrário", evidenciou.
"Seria ilusório querer negar a própria identidade para abraçar uma outra, nascida em circunstâncias bem diferentes áquelas que deram origem à cultura e vida religiosa da Croácia", continuou.
A 20 anos de sua independência, o país acelera o passo rumo à integração na União Europeia, oportunidade de dar uma contribuição a todo o continente. "O vosso país não aderirá somente a um sistema econômico e jurídico com suas vantagens e limites. Ao mesmo tempo, poderá aportar uma contribuição própria. Não tenhais medo de reivindicar, com determinação, o respeito pela identidade religiosa e cultural", afirmou.
O Papa também se disse certo de que o país saberá defender a própria identidade com convicção e orgulho, evitando os novos obstáculos que se apresentarão sob o pretexto de uma liberdade religiosa mal compreendida, como iniciativas contrárias ao direito natural, à família e à moral. Da mesma forma, elogiou o papel da Croácia na promoção da paz na sua região, particularmente com relação à Bósnia-Herzegovina.
Por fim, manifestou sua alegria pela próxima visita em terra croata, programada para junho, a primeira ao país como Papa, embora já a tenha realizado mais vezes enquanto Cardeal. O tema da viagem será "Unidos em Cristo". "É esse unidos que desejo celebrar com o vosso povo. Unidos, apesar das inumeráveis diferenças humanas, unidos por causa dessas mesmas diferenças", disse.
O Parlamento croata proclamou 2011 como "Ano Bošcović", em honra ao cientista e filósofo jesuíta que demonstrou a possibilidade de "fazer viver em harmonia a ciência e a fé, o serviço à pátria e ao compromisso na Igreja", concluiu Bento XVI.