estou muito contente por estar aqui, hoje, convosco e dirijo a minha cordial saudação à Reverenda Madre Geral das Missionárias da Caridade, aos Sacerdotes, às Irmãs, aos Irmãos contemplativos e a todos vós presentes para viver em união este momento fraterno.
A luz do Natal do Senhor enche os nossos corações com a alegria e a paz anunciada pelos Anjos aos pastores de Belém: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados" (Lc 2,14). O Menino que vemos na gruta é Deus mesmo que se fez homem, para mostrar-nos o quanto nos quer bem, o quanto nos ama: Deus tornou-se um de nós para fazer-se próximo a cada um, para vencer o mal, para libertar-nos do pecado, para dar-nos esperança, para dizer-nos que nunca estamos sozinhos. Nós podemos sempre dirigir-nos a Ele, sem medo, chamando-o de Pai, seguros de que, em todo o momento, em toda a situação da vida, também nas mais difíceis, Ele não nos abandona. Devemos dizer a nós mesmos com mais frequência: Sim, Deus tem cuidado exatamente de mim, me quer bem, Jesus nasceu também por mim; devo ter sempre confiança n'Ele.
Queridos irmãos e irmãs, deixemos que a luz do Menino Jesus, do Filho de Deus feito homem, ilumine a nossa vida para transformá-la em luz, como vemos de modo especial na vida dos santos. Penso no testemunho da Beata Teresa de Calcutá, um reflexo da luz do amor de Deus. Celebrar 100 anos do seu nascimento é motivo de gratidão e reflexão para um renovado e alegre compromisso no serviço do Senhor e dos irmãos, especialmente dos mais necessitados. O Senhor mesmo desejou ser necessitado, como sabemos. Queridas Irmãs, queridos Sacerdotes e Irmãos, queridos amigos que aqui trabalham, a caridade é a força que transforma o mundo, porque Deus é amor (cfr. 1 Jo 4,7-9). A Beata Teresa de Calcutá viveu a caridade por todos sem distinção, mas como uma preferência pelos mais pobres e abandonados: um sinal luminoso da paternidade e da bondade de Deus. Soube reconhecer em todos o rosto de Cristo, por ela amado com todo o seu ser: o Cristo que adorava e recebia na Eucaristia continuava a encontrá-Lo pelas estradas e pelas vias da cidade, tornando-se "imagem" viva de Jesus que derrama sobre as feridas do homem a graça do amor misericordioso. A quem se pergunta o porquê de Madre Teresa ter se tornado assim tão famosa, a resposta é simples: porque viveu de modo humilde e escondido, por amor e no amor de Deus. Ela mesma afirmava que o seu maior prêmio era amar Jesus e servi-Lo nos pobres. A sua figura pequena, com as mãos unidas ou enquanto acariciava um doente, um leproso, uma criança, é o sinal visível de uma existência transformada por Deus. Na noite da dor humana, fez resplandecer a luz do Amor divino e ajudou tantos corações a encontrar aquela paz que somente Deus pode dar.
Agradeçamos ao Senhor porque, na Beata Teresa de Calcutá, todos vimos como a nossa existência pode mudar quando encontra Jesus; pode tornar-se, para os outros, reflexo da luz de Deus. A tantos homens e mulheres, em situação de miséria e de sofrimento, Ela deu o consolo e a certeza de que Deus não abandona ninguém, nunca! A sua missão continua através de quantos, aqui como em outras partes do mundo, vivem o seu carisma de ser missionários e missionárias da Caridade. A nossa gratidão é grande, queridas Irmãs, queridos Irmãos, pela vossa presença humilde, discreta, escondida dos olhos dos homens, mas extraordinária e preciosa para o coração de Deus. Ao homem, frequentemente em busca de felicidades ilusórias, o vosso testemunho de vida diz onde se encontra a verdadeira alegria: no compartilhar, no dar, no amar com a mesma gratuidade de Deus, que rompe a lógica do egoísmo humano.
Queridos amigos! Sabeis que o Papa vos quer bem, vos leva no coração, vos acolhe todos em um abraço paterno e reza por vós. Felicidades! Obrigado por terdes desejado compartilhar a alegria destes dias de festa. Invoco a materna proteção da Sagrada Família de Nazaré que hoje celebramos – Jesus, Maria e José – e abençoo a vós todos e aos vossos queridos.
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