Violência no Rio de Janeiro

Rio vive 3º dia de violência e policiamento é reforçado

O Rio de Janeiro vive o terceiro dia de ações de violência nesta terça-feira, 23, atribuídas pelas autoridades a traficantes, em que carros foram incendiados e uma cabine da Polícia Militar foi alvo de tiros, levando pânico a várias partes da cidade.

Em reação ao ataques, que começaram no domingo,21, com outros carros incendiados, a polícia iniciou operações simultâneas em 15 favelas e reforçou o patrulhamento nas ruas com mais 1.200 policiais, além da presença do Batalhão de Choque nas vias expressas.

Numa dessas operações, na Favela Mandela, em Manguinhos, um suspeito foi baleado numa troca de tiros com a polícia, segundo um fotógrafo da Reuters no local. A PM não confirma se a vítima morreu.

No terceiro dia de violência na cidade, duas pessoas morreram dentro de um carro que foi metralhado na rodovia Washington Luis, importante via de acesso à capital. De acordo com a polícia, o incidente, em princípio, não teria ligação com os ataques a carros.

Policiais rodoviários federais foram acionados para intensificar o patrulhamento nas rodovias, após um pedido feito pelo governador Sérgio Cabral ao Ministério da Justiça. De acordo com o governo do Rio, Cabral também conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o pedido de reforço.

Em Copacabana, onde acontece a convenção esportiva internacional Soccerex com empresários e dirigentes esportivos do mundo todo, a polícia prendeu durante a madrugada quatro homens acusados de tentar incendiar veículos em ruas do bairro.

O grupo, entre eles dois menores de idade, foi detido com artefatos incendiários caseiros que seriam colocadas sob veículos estacionados, de acordo com a polícia.

Quatro veículos foram incendiados desde a noite de segunda-feira na zona norte da capital, onde os ataques começaram na tarde de domingo também com carros queimados nas ruas.

"Esses ataques incendiários estão sendo orquestrados por uma facção criminosa", informou a Polícia Civil em nota nesta terça. Segundo a polícia, não houve vítimas ou feridos nos ataques contra veículos.

Represália a UPPs

Uma cabine da Polícia Militar em Del Castilho, na zona norte da cidade, foi alvejada com cerca de 50 tiros, mas ninguém se feriu.

As autoridades de segurança do Estado consideram os ataques uma represália pela implantação das UPPs, as Unidades de Polícia Pacificadora, em favelas da capital fluminense que antes eram controladas pelo crime organizado.

Segundo fontes da Secretaria de Segurança, os suspeitos querem apavorar a população e causar uma sensação de insegurança na cidade, que será o palco principal da Copa do Mundo de 2014 e a sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Para o sociólogo Ignacio Cano, coordenador de diversos estudos sobre a violência no Rio de Janeiro, os ataques podem ter o objetivo de desestabilizar a segurança, mas não tem o mesmo impacto de ações criminosas do passado.

"Na queima de carros parece que realmente há uma intenção de criar um certo pânico, impactar a população, e pode haver uma intenção dos grupos de desestabilizar a situaçãoo da segurança pública", disse à Reuters o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

"Mas, apesar disso, nós já tivemos episódios muito mais graves, como ataques a ônibus, ataques a delegacias, e ordem para fechar o comércio, no final de 2006", afirmou, acrescentnado que dessa vez um grupo menor pode ser o autor dos ataques.

A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerado o maior avanço na área de segurança pública do Rio de Janeiro nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016.

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