Palavra do Papa

Saudação de Bento XVI aos jovens na Catedral de Westminster

Senhor Urche,
Queridos Jovens,

Obrigado pela vossa calorosa recepção! “Coração fala ao coração” – cor ad cor loquitur –  como vós sabeis. Eu escolhi essas palavras tão caras ao Cardeal Newman como tema desta minha visita. E, nesse curto tempo em que estaremos juntos, desejo falar-vos do coração e pedir que abrais os vossos corações para o que vos tenho a dizer.

Peço a cada um de vós, em primeiro lugar, que olheis para o interior do vosso próprio coração. Pensai em todo o amor a que vosso coração foi feito para receber, bem como todo o amor que está destinado a dar. No final das contas, somos feitos para amar. Isso é o que a Bíblia quer dizer quando afirma que somos feitos à imagem e semelhança de Deus: somos feitos para conhecer o Deus do amor, o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, e para encontrar nossa realização suprema naquele amor divino que não conhece começo nem fim.

Somos feitos para ser amados, e nós o somos. Todos os dias devemos agradecer a Deus pelo amor que já recebemos, pelo amor que nos tem mostrado o que é realmente importante na vida. Devemos agradecer ao Senhor pelo amor que recebemos de nossas famílias, amigos, professores e todas aquelas pessoas que em nossas vidas nos ajudaram a perceber o quanto somos preciosos, tanto a seus olhos quanto aos olhos de Deus.

Nós também somos feitos para dar amor, para fazer do amor a inspiração de toda a nossa atividade, a realidade mais sólida da nossa vida. Às vezes, isso parece tão natural, especialmente quando sentimos a euforia do amor, quando os nossos corações são preenchidos com generosidade, idealismo, a vontade de ajudar os outros, de construir um mundo melhor. Mas, ao mesmo tempo, percebemos que amar é difícil: os nossos corações podem facilmente ser endurecidos pelo egoísmo, pela inveja e pelo orgulho. A Beata Madre Teresa de Calcutá, a grande Missionária da Caridade, recordava-nos que dar amor, amor puro e generoso, é o fruto de uma decisão diária. Todo o dia devemos escolher amar e isso requer ajuda, a ajuda que provém de Cristo, da oração, da sabedoria que se encontra na palavra e da graça que Ele nos concede através dos sacramentos da Igreja.

Essa é a mensagem que desejo compartilhar convosco hoje. Peço-vos que olheis para o interior do vosso coração todos os dias, para encontrar a fonte de todo o amor autêntico. Jesus está sempre lá, esperando tranquilamente que possamos nos encontrar com ele e escutar a sua voz. No profundo de vosso coração, Ele vos chama a gastar tempo com a oração. Mas esse tipo de oração, a verdadeira oração, requer disciplina: requer encontrar momentos de silêncio todos os dias. Muitas vezes isso significa esperar que o  Senhor fale. Também entre os “afazeres” e o estresse de nossas vidas diárias, precisamos dar espaço para o silêncio, porque é no silêncio que encontramos a Deus, e é no silêncio que descobrimos quem somos verdadeiramente. E, com isso, descobrimos a vocação particular que Deus nos deu para a edificação da sua Igreja e a redenção do nosso mundo.

O coração fala ao coração. Com essas palavras de meu coração, queridos jovens amigos, asseguro as minhas orações por vós, a fim de que a vossa produza frutos abundantes para o crescimento da civilização do amor. Peço-vos que rezeis por mim, pelo meu ministério como sucessor de Pedro, e pelas necessidades da Igreja em todo o mundo. Sobre vós, vossas família e vossos amigos, invoco cordialmente as bênçãos divinas de sabedoria, alegria e paz.

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