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Artigo - Frei Moser

Fim do determinismo genético?

A descoberta da estrutura do DNA, ou seja do material genético, conseguida em 1953 por James Watson e F. Crick, foi sem dúvida um marco na história da genética. Entretanto, esse mesmo marco veio acompanhado de uma teoria que sustentava um certo determinismo genético como uma espécie de "dogma central" da biologia molecular.

Nas décadas seguintes essa convicção só foi ganhando força na medida em que se buscava nos genes a origem de inúmeras doenças e nos mesmos genes a cura dessas doenças através do que se convencionou denominar terapia gênica ou terapia genética.

Com a absolutização dos genes, como fatores determinantes da saúde ou da doença, não apenas foram criadas muitas ilusões de curas fáceis, como até a própria medicina em suas múltiplas expressões passou a adquirir um cunho cada vez mais determinista.

Estudos recente efetuados pelo Centro Nacional de Investigações oncológicas da Espanha vêm confirmar o que o bom senso sempre sustentou: o meio ambiente e o estilo de vida são ao menos tão importantes quanto os genes para aquilo que a pessoa é. O influxo do meio ambiente não só sobre a saúde ou doença, como também sobre o perfil de uma pessoa se constitui numa verdadeira revolução dentro da evolução da biogenética.

De fato, hoje mais do que nunca, vai ficando claro que "genes" e "código genético" não expressam realidades imutáveis, que determinam sobre a vida ou a morte. Genes e código genético não são mais do que expressões dos mecanismos vitais que agem e interagem, num processo sem fim, onde nada é imutável.

É incrível como num tempo em que se exalta tanto a figura de Darwin com sua teoria da evolução, não se perceba o contrasenso de quem, por um lado exagera na força da evolução, e por outro exagera no determinismo genético. É incrível como ainda haja tantos pretensos cientistas que ignorem a dialética já conhecida pelos primeiros pensadores gregos e latinos. Em toda a realidade existe um "esse" e um "fieri", ou seja, algo que evolui e algo que permanece. Melhor dito: tudo evolui dentro de uma certa continuidade e tudo mantém uma identidade dentro de um contínuo processo de mudanças.

É também incrível como num período em que julgamos ser possuidores de um senso crítico sem precedentes na história, em nome das ciências, venham se impondo verdadeiras crendices. Bem diz o ditado popular de que quando o milagre é grande demais até o santo desconfia. E é para desconfiar mesmo da ingenuidade com a qual tantas vezes se aborda uma realidade que carrega consigo uma incrível complexidade, onde inúmeros elementos se cruzam e entrecruzam.

As implicações da "redescoberta" daquilo que na prática a humanidade sempre acreditou tem uma importância vital para a desmistificação de muitas hipóteses e teorias levantadas nos últimos tempos sobretudo no nosso contexto.

Sem negar os incríveis avanços em termos de biogenética como ciência e biotecnologia como capacidade de intervenção sobre os mecanismos da vida, justamente nestes campos é preciso distinguir entre o que é verdadeiramente científico e o que é fruto de sensacionalismos que visam mais interesses escusos do que contribuir para uma melhor qualidade de vida para todos.

Este é com certeza o momento oportuno para invocar a proteção de São Tomé, aquele apóstolo que nada tinha de ingênuo: só acreditou na medida em que viu e tocou as chagas do Cristo Ressuscitado.

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