Artigo - Frei Moser

Liberação do aborto e cegueira ideológica

Na esteira de alguns países que confundem democracia e progresso com liberalismo total, alguns segmentos do Brasil, voltam continuamente às mesmas tônicas: "só seremos um povo progressista e saudável se liberarmos o aborto". A tônica e os argumentos são sempre os mesmos e totalmente inconsistentes sob todos os ângulos: livrar do sofrimento e eventualmente da morte tantas mulheres grávidas. 

O que é difícil de entender é que este time de terceira divisão seja capitaneado por quem deveria estar buscando, por todos os meios, prestar socorro às mulheres grávidas em dificuldade e resolver tirar da humilhação milhares de doentes que passam seus dias ou em filas intermináveis ou empilhados em ambientes que por si só se constituem num atentado à vida.

Mais difícil ainda é entender a teimosia com a qual nem a manifestação clara da maioria da população contra a liberação do aborto, como mostram as pesquisas, nem a derrota dos representantes do Governo na 13ª. Conferência Nacional da Saúde, ocorrida em meados de novembro do ano passado, parecem haver sido suficientes para reconduzir estes grupos e organismos ao bom senso. 

No último dia 7 de maio, o a Comissão de Seguridade Social e Família, na Câmara dos Deputados, derrubou o Projeto de Lei 1.135/91, apresentado pelo governo em 2005, visando a liberação do aborto. Contagem dos votos: 33 a zero. Caso esta derrota dos partidários do aborto ainda não seja suficiente para retirarem seu time de campo, só nos resta  tirarmos uma conclusão: nós nos encontramos diante de grupos acometidos por um mal muito grave e incurável que se denomina cegueira ideológica: fecham os olhos à luz dos fatos porque não querem ver, e não querem ver ou porque são tardos de inteligência ou porque alimentam interesses escusos.

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