A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Ministério Público vão pedir a anulação da sentença que absolveu o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. A informação é do coordenador nacional da CPT, José Batista.
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Em julgamento na última terça-feira, na 2ª Vara do Júri de Belém, Bida foi absolvido por cinco votos a dois. Foi o segundo julgamento a que o fazendeiro respondeu. No primeiro, havia sido condenado a 30 anos de prisão. "Esperamos que o Tribunal do Júri anule essa sentença e mande novamente para o banco dos réus o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura", afirma Batista.
Para o coordenador, a decisão do júri reforça o problema da impunidade no campo. "O fazendeiro era o único condenado cumprindo pena atrás das grades. Com a absolvição, não há nenhum mandante desses crimes cumprindo pena no estado do Pará. Infelizmente isso representa um incentivo ao crime", critica, ao afirmar que ficou indignado com a decisão.
Batista diz que, diante de tudo que se apurou nas investigações, a absolvição do fazendeiro foi uma surpresa. "Há provas mais do que suficientes para a condenação. Não dá para entender como uma pessoa pode ser ao mesmo tempo culpada e inocente", afirma.
Ele também ressalta que "a decisão do Tribunal do Júri que inocentou o fazendeiro é extremamente contraditória, na medida em que vai contra outra decisão que já o condenava. Ela contraria as provas existentes no processo."
O coordenador destaca que a violência no campo é freqüente no estado do Pará. "Isso é ruim para a Justiça, para as entidades dos direitos humanos no Pará, transmite uma insegurança e, sem dúvida, agrava ainda mais a situação das dezenas de lideranças ameaçadas de morte."