Galileu Galilei, físico italiano condenado pela Santa Inquisição da Igreja Católica em 1633 por defender idéias heliocêntricas, e totalmente reabilitado no pontificado de João Paulo II, ganhará, em 2009, uma estátua nos jardins do Vaticano. A estátua de mármore em tamanho natural, retratando o próprio Galileu, será colocada próxima à Casa de Pio IV, no alto da colina que aponta para a cúpula da Basílica de São Pedro.
O projeto nasceu de uma idéia dos membros da Pontifícia Academia de Ciências para homenagear o físico italiano, um de seus mais célebres integrantes, no Ano Internacional da Astronomia, proclamado pela ONU para comemorar a primeira utilização de um telescópio por parte de Galileu.
Na primeira metade do século XVII, Galileu Galilei aperfeiçoou o telescópio a ponto de poder visualizar os corpos celestes que compunham o horizonte terrestre. O físico descobriu que a Terra não era imóvel, mas mantinha um movimento de rotação; que a lua não possuía uma superfície lisa, mas montanhosa, e refletia a luz solar; que as estrelas não eram corpos de cristal, mas corpos de matéria luminosa.
Com suas descobertas, Galileu reafirmou idéias do sistema heliocêntrico de Nicolau Copérnico, demonstrou novos fenômenos e contradisse dogmas sustentados pelos cientistas e pela Igreja de então. Acusado de ferir a filosofia natural aristotélica e, sobretudo, as Sagradas Escrituras, Galileu foi condenado como herético e obrigado a negar suas teorias em 1633. Ao contrário do filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600), queimado pela Santa Inquisição 33 anos antes, por sustentar idéias semelhantes, Galileu sobreviveu.
A Pontifícia Academia das Ciências foi fundada em Roma, em 1603, com o nome de Academia dos Linces. Hoje, é composta por oitenta acadêmicos nomeados pelo Papa, a partir de propostas do Corpo Acadêmico, sem discriminações religiosas. Alguns de seus membros não são católicos.