O Brasil é um dos países onde os refugiados procuram abrigo após enfrentarem situações de risco em sua terra natal. Com o conflito entre Colômbia e Equador o número de refugiados deve aumentar nos próximos meses. A pastoral do migrante é um apoio à estas pessoas que querem mudar de vida.
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João (nome fictício) está no Brasil há um ano e dois meses. Antes de vir para cá, deixou seu pai na Colômbia para visitar a mãe que vive no Equador. Ele conta que viveu momentos difíceis e que seu povo não acredita que dias melhores poderão mudar a história dos colombianos. O ex-taxista afirma que quando as Farc foram criadas, a chance de que a situação melhoraria era maior mas, agora, a realidade é bem diferente. "O meu povo está cansando. Acho que uma guerra de verdade poderia dar jeito à situação para que pudessemos começar do zero novamente", desabafa.
Ele é um dos cerca de mil refugiados colombianos que vivem no Brasil, mas que segundo a ONU, podem chegar a 17 mil. Muitos deles procuram abrigo na Pastoral do Migrante que só no ano passado atendeu 14 mil pessoas de 40 paises. Segundo o padre Mario Geremia, coordenador da pastoral, muitos necessitam de um acompanhamento psicológico, além de uma assistência jurídica e, principalmente pastoral. "É uma situação delicada e que temos de ter muito cuidado porque eles chegam aqui com medo e sem muitas expectativas", comenta o padre.
Também existem abrigos que prestam auxilio para os refugiados. Eles ficam por um período de no máximo oito meses para se estruturarem, tanto psicológica como financeiramente. "É um tempo para que eles se acostumem com a nova realidade. Muitos deles acabam arrumando um emprego graças ao apoio que damos além de oferecer cursos, principalmente de língua portuguesa", esclarece a coordenadora da casa, Maria Vitória Paiva.
