Nos últimos dias bispos norte-americanos e europeus realizaram uma peregrinação à Terra Santa. A intenção da visita foi levar solidariedade espiritual e concreta às Igrejas ocidentais.
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Após cinco dias de peregrinação, o grupo de prelados apresentou nesta quarta-feira, 16, em Roma o resultado de sua visita, publicando um comunicado com o título de: "uma palavra de esperança em um momento crítico para a Terra Santa".
O Grupo de Coordenação de apoio à Terra Santa, que representa episcopados da Europa e América do Norte, junto aos ordinários da região do Oriente Médio, foi criado em Jerusalém em 1998, a pedido da Santa Sé. Todo ano no mês de janeiro eles visitam o Oriente Médio para sustentar as comunidades cristãs e os líderes eclesiais.
Conscientes da renovada atenção mundial sobre um processo de paz entre israelenses e palestinos, os bispos destacaram no comunicado, que a situação social, política e humanitária em ambos povos é complexa e que a solução ao conflito não é fácil.
"Encontramos muita gente pessimista sobre os atuais esforços dos líderes israelenses e palestinos, com o apoio da comunidade internacional, para alcançar um acordo de paz justo. Mas também escutamos de muitos o anseio de um futuro de liberdade, paz e segurança, tanto em palestinos como israelenses", afirmaram.
O comunicado, lido ante a imprensa internacional pelo Bispo William Kenney, representante da Comissão das Conferências Episcopais da União Européia, especifica a necessidade de examinar que atitudes e políticas da Europa e América do Norte contribuem para a divisão ao invés de conduzir à paz e à justiça ambos os povos.
"Com muita freqüência os países tomaram parte na disputa, quando na realidade o destino de israelenses e palestinos está unido", alertam. "Nossas nações podem às vezes ser parte do problema, mas também podem ser parte da solução".
"Em Belém, os universitários cristãos e muçulmanos estudam juntos, em harmonia, com entusiasmo, com o desejo de ficar onde nasceram, com a esperança de uma paz justa que dará a eles e a todos os povos da Terra Santa um futuro melhor. Outro sinal de esperança que constataram foi a "crescente cooperação inter-religiosa pela paz entre judeus, cristãos e muçulmanos", afirmaram.
Os bispos não omitem os sinais de desânimo e divisão que também observaram, "como o caso do muro de separação, distancia as famílias, destrói a economia palestina, exacerba a crise humanitária, expressão material da preocupação de Israel pela segurança e de uma divisão profunda entre israelenses e palestinos que perdem o contato humano, que ajudaria a impulsionar a justiça e a reconciliação".
O comunicado conclui com uma exortação: "Que os líderes e povos de Israel e da Palestina, com o pleno apoio e alento de nossas próprias nações e da comunidade internacional, encontrem o caminho de uma paz justa".