A Congregação para a Doutrina da fé publicou nesta manhã, 14, no Vaticano um documento sobre a Evangelização. Trata-se de esclarecimentos sobre a Ação Evangelizadora da Igreja.
"Evangelizar significa anunciar Jesus Cristo, e não apenas ensinar uma doutrina!", é a afirmação contida no documento apresentado pelo Cardeal Willian Levada, presidente da Congregação para a Doutrina da fé e pelo Secretário Dom Angelo Amato.
O Documento entitulado "Nota Doutrinal sobre alguns aspectos da Evangelização" tem a finalidade de conscientizar para a urgência do anúncio da Mensagem de Cristo e também esclarecer algumas confusões cometidas ao londo dos anos.
Evangelizar não é somente um empenho social alerta o documento, e de forma alguma o anúncio de Cristo põe limite na liberdade do ser humano. Acusação feita à Igreja nos últimos tempos.
Segundo o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Angelo Amato, "este documento responde, baseado em termos filosóficos-teológicos, afirmando que cada pessoa procura a verdade, tem uma tendência, um desejo pela verdade. O Católico sabe que em sua adesão ao Evangelho de Cristo está a verdade, e por isso, baseado em sua convicção, ele pode partilhar a sua fé, na liberdade".
A Nota, critica a afirmação corrente de que não se deve promover a conversão a Cristo, e que o homem pode se salvar sem conhecê-lo, e sem fazer parte da Igreja por ele instituída.
"Embora os não-cristãos se possam salvar mediante a graça que Deus dá por "caminhos que só Ele sabe" a Igreja não pode não ter conta do fato que a esses falta um grandíssimo bem neste mundo: conhecer o verdadeiro rosto de Deus e a amizade de Jesus Cristo", destaca o Documento, que em outro trecho, explica que "com os cristãos não-católicos, o católico deve entrar em diálogo respeitoso da caridade e da verdade: um diálogo que não é apenas uma troca de idéias, mas de dons, de modo a ser-lhes oferecido a plenitude dos meios da Salvação. Assim, se é conduzido sempre a uma mais profunda conversão a Cristo".
O Cardeal Levada, explicou que tais desafios são afrontados com uma tríplice argumentação: no campo antropológico, eclesiológico e Ecumênico.
O Documento reúne perguntas e comentários de diversas Conferências Episcopais, e esteve em elaboração por 7 anos, portanto, teve início quando o então Cardeal Ratzinger era do Dicastério.
Para testemunhar as vitórias da Ação Evangelizadora na África, esteve presente o Cardeal Francis Arinze. O purpurado recordou que o continente vê crescer a cada ano o número de cristãos, e todos fazem uma livre escolha por Cristo.
Já o Cardeal Indiano Ivan dias, da Congregação para a Evangelização dos povos, recordou que na Ásia a pluralidade religiosa se coloca como desafio, mas o católico deve descobrir em tais religiões as sementes de verdade, e proporcionar aos adeptos o conhecimento de Cristo, verdade plena a qual todos buscam.