Chega ao oitavo dia o jejum do bispo de Barra, na Bahia, Dom Frei Luís Flávio Cappio, na cidade de Sobradinho, no norte do Estado. O religioso protesta contra a transposição do Rio São Francisco, que já começou a ser feita pelo governo.
Autoridades da Igreja se solidarizam com a causa, mas desaprovam a greve de fome do bispo.
Dom Cappio falou hoje com exclusividade ao Canção Nova Notícias sobre suas motivações:
O CONIC, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, divulgou hoje uma nota na qual afirma que o ato extremo de Dom Luiz supera o campo puramente político e se situa na dimensão simbólica e religiosa. Suas ações demonstram a vontade de doar a vida em favor da causa do povo do sertão, com quem ele convive há anos.
O CONIC afirmou ainda que a decisão do bispo denuncia a ausência de ética no projeto de transposição: o amplo diálogo prometido entre governo e sociedade civil foi bruscamente interrompido com o início de obras pelo exército brasileiro, inclusive com canteiros instalados em territórios indígenas.
O Conselho das Igrejas disse também estar unido a Dom Cappio através da oração e se preocupa com a sua saúde e a sua vida.
A CNBB publicou, no dia 27 de novembro, uma nota na qual reafirma sua posição em relação à transposição do Rio São Francisco e insiste na necessidade de diálogo para a solução da questão. "Esperamos que o diálogo se estabeleça a fim de que a vida e a justiça prevaleçam sobre quaisquer outras razões", diz a nota.