Política

Venezuela: bispos apoiam manifestação contra o governo Maduro

Os bispos venezuelanos defendem que as manifestações devem ser respeitadas e protegidas pelos órgãos do Estado

Da redação, com Rádio Vaticano

Os bispos venezuelanos, tendo em vista a grande manifestação organizada pela oposição para a próxima quinta-feira, 1º, em Caracas, defendem o direito dos cidadãos de protestar pacificamente.

Trata-se de uma mobilização da oposição para protestar e buscar obter do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) o sinal verde para a coleta das 20% de assinaturas necessárias para a realização de um referendum de revogação do mandato do Presidente Nicolás Maduro.

“Trata-se do exercício de um legítimo direito sancionado pela Constituição e pelo ordenamento jurídico da Venezuela”, afirma uma nota da presidência da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV).

“Por isso, as manifestações, comícios e atividades de caráter político devem ser respeitadas e protegidas pelos órgãos do Estado e, no mais, devem realizar-se num clima de paz, convivência civil, tolerância e respeito.”

Articulado em cinco pontos, o documento ressalta que as instituições, e em particular as forças de segurança, têm obrigação de garantir a todos os cidadãos “o direito de expressar livremente suas ideias, à livre circulação no país, bem como à integridade pessoal e ao respeito ao bem comum”.

Os bispos reiteram a urgência evidenciada em julho passado, ao término de sua 106ª assembleia plenária, de encontrar respostas adequadas às necessidades e às aspirações do povo venezuelano.

Ao mesmo tempo, lançam um apelo a fim de que todos os venezuelanos possam expressar-se no respeito pelas diferentes opiniões e “com o propósito de trabalhar pela paz, como quer o Senhor Jesus”.

Apelo por diálogo

Ao reafirmar sua proximidade ao povo venezuelano, em particular àqueles que mais sofrem na crise atual, os bispos recordam que os fiéis leigos, sobretudo os políticos e aqueles que se encontram engajados no voluntariado, têm um papel fundamental na construção da paz no país:

“Eles devem fazer todo esforço para tornar possível a cultura do encontro e do diálogo construtivo e devem, além disso, criar um clima de reconciliação entre todos os homens e mulheres da Venezuela.”

Aos sacerdotes

Por fim, a exortação dirige-se aos sacerdotes venezuelanos a fim de que promovam orações pela paz e o bem do país, o encontro e o diálogo e se empenhem, sobretudo, em favor dos mais fracos e necessitados, abstendo-se da participação e atividades políticas e de partido.

“O Deus do amor nos acompanhe em todo momento com a Sua graça e a Sua bênção e que a proteção de Nossa Senhora de Coromoto fortaleça o compromisso com a construção da paz, da justiça e da misericórdia”, conclui a nota dos bispos.

A manifestação

A manifestação de 1º de setembro realiza-se num momento dramático para o país onde falta tudo: de gêneros alimentícios, a remédios, assistência médica, eletricidade e serviços higiênicos regulares.

Para muitos observadores, a iniciativa poderá ser uma prova decisiva para a sobrevivência do Governo Maduro, enfraquecido com a vitória da oposição nas últimas eleições parlamentares realizadas no país.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo