Na Missa de hoje, Papa falou do testemunho dado pelos santos e mártires do cotidiano, que levam a fé em Jesus até o fim
Da Redação, com Rádio Vaticano
São os santos da vida cotidiana e os mártires de hoje que levam avante a Igreja com a coerência e o corajoso testemunho de Jesus ressuscitado, graças à obra do Espírito Santo. Foi o que disse, em síntese, o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na manhã desta quinta-feira, 7, na Casa Santa Marta.
A primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, fala da coragem de Pedro que, depois da cura do paralítico, anuncia a Ressurreição de Jesus diante dos chefes do Sinédrio, os quais, furiosos, queriam matá-lo. Ele foi proibido de pregar em nome de Jesus, mas continuou a proclamar o Evangelho, porque “é preciso obedecer a Deus e não aos homens”.
Este Pedro “corajoso”, disse o Papa Francisco, não tem nada a ver com o “Pedro covarde” da noite da Quinta-feira Santa, quando, repleto de medo, renegou Jesus três vezes. Agora, Pedro se tornou forte no testemunho. “O testemunho cristão tem o mesmo caminho de Jesus: dar a vida”, observou o Papa, lembrando que, de um modo ou de outro, o cristão coloca a vida em jogo no verdadeiro testemunho.
“A coerência entre a vida e aquilo que vimos e ouvimos é justamente o início do testemunho. Mas o testemunho cristão tem outro aspecto, não é somente de quem o dá: o testemunho cristão, sempre, é feito por duas pessoas. ‘E desses fatos somos testemunhas nós e o Espírito Santo’. Sem o Espírito Santo não há testemunho cristão, porque o testemunho cristão, a vida cristã, são graças que o Senhor nos dá com o Espírito Santo”.
Sem o Espírito, ressaltou o Papa, não se consegue ser testemunha, pois esta, frisou o Papa, é coerente com aquilo que diz, com o que faz e com o que recebeu, ou seja, o Espírito Santo. Esta é a coragem cristã, este é o testemunho, disse.
“Esse o testemunho de nossos mártires hoje. Muitos, expulsos de suas terras, deslocados, decapitados e perseguidos, têm a coragem de confessar Jesus até o momento da morte. É o testemunho daqueles cristãos que vivem sua vida seriamente e dizem: ‘Eu não posso fazer isso, eu não posso fazer o mal ao outro; eu não posso trapacear; eu não posso conduzir uma vida pela metade, eu devo dar o meu testemunho’. E o testemunho é dizer o que viu e ouviu na fé, ou seja, Jesus Ressuscitado, com o Espírito Santo que recebeu como dom.”
Francisco acrescentou que, nos momentos difíceis da história, ouve-se dizer que “a pátria precisa de heróis”. Isso é verdade, é correto, mas do que a Igreja precisa hoje é de testemunhas, de mártires.
“São as testemunhas, ou seja, os santos de todos os dias, os da vida cotidiana, mas com coerência, e também as testemunhas até o fim, até a morte. Estes são o sangue vivo da Igreja; estes são aqueles que levam a Igreja adiante, as testemunhas; aqueles que atestam que Jesus ressuscitou, que Jesus está vivo, e o testemunham com a coerência de vida e com o Espírito Santo que receberam como dom”.