Francisco foi de “surpresa” para evitar presença maciça da imprensa; bispos locais foram informados momentos antes
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco visitou na manhã desta terça-feira, 4, a cidade italiana de Amatrice, fortemente atingida pelo terremoto do último dia 24 de agosto. O tremor, de 6 graus na escala Richter, deixou centenas de mortos e, ainda hoje, cerca de 4 mil pessoas vivem acampadas em tendas instaladas pela Defesa Civil.
Antes de visitar a cidade, o Papa entrou na escola pré-fabricada ‘Capranica’, construída em Villa San Cipriano. Acompanhado pelo bispo de Rieti, Dom Domenico Pompili, cumprimentou os alunos e o reitor, que haviam sido informados de sua visita e o aguardavam. Francisco abraçou todos e agradeceu especialmente aos bombeiros pelo generoso serviço prestado nas operações de socorro.
Solidariedade e oração
“Pensei muito nos dias seguintes ao terremoto que uma visita minha seria mais um incômodo do que uma ajuda, e não queria incomodar. Por isso, deixei passar um pouco de tempo para que algumas coisas fossem arrumadas, como a escola. Mas desde o início senti que tinha que vir aqui! Simplesmente para dizer que estou com vocês, perto de vocês e nada mais. E que rezo, rezo por vocês. Proximidade e oração, esta é a minha oferta para vocês. Que o Senhor abençoe a todos, que Nossa Senhora os proteja neste momento de tristeza, de dor e provações”.
Após a bênção, Francisco rezou uma Ave Maria com os presentes e os encorajou. “Vamos avante, há sempre um futuro. Muitas pessoas queridas nos deixaram, caíram sob os escombros. Coragem, olhemos sempre para frente. Ajudemo-nos uns aos outros, pois se caminha melhor juntos. Obrigado”.
O impacto do silêncio
Francisco também foi à chamada ‘zona vermelha’, fechada por razões de segurança, e se aproximou o máximo possível dos escombros, onde se deteve alguns minutos em recolhimento para rezar.
Depois de constatar de perto a destruição, junto aos escombros, o Pontífice deixou Amatrice saudando as pessoas alojadas na ‘Tendópoli Amatrice 1’ e se dirigiu a Accumoli e Arquata del Tronto.
No Vaticano, reinou o silêncio sobre esta data, já que o Papa não queria uma viagem anunciada e a presença maciça da imprensa. Os próprios bispos das duas dioceses atingidas, Rieti e Ascoli, tiveram confirmação apenas esta manhã.
Quatro dias após o terremoto, na oração do Angelus de domingo, 28 de agosto, o Pontífice expressou sua proximidade espiritual aos habitantes atingidos pelo cisma e anunciou: “Assim que for possível também eu espero poder visitar-vos, para vos levar pessoalmente o conforto da fé, o abraço de pai e de irmão, o amparo da esperança cristã”.
Domingo, 2, à noite, retornando do Azerbaijão, Francisco reafirmou a intenção de visitar a região, mas não mencionou a data. “Irei sozinho, como sacerdote, como bispo, como Papa, mas sozinho. Quero estar próximo das pessoas”.