@Franciscus

Em um ano, Papa tem mais de 3,5 milhões de seguidores no Instagram

Secretário de Comunicação da Santa Sé faz um balanço desse primeiro ano do Papa Francisco no Instagram

Rádio Vaticano em italiano
Tradução livre: Jéssica Marçal

papa instagram

O Papa Francisco completa neste domingo, 19, um ano de presença digital no Instagram, com a conta @Franciscus. Ele já conquistou mais de 3,5 milhões de seguidores e toda semana as imagens publicadas são visualizadas em média por cerca de 10 milhões de pessoas.

Quem comenta a importância desta presença de Francisco nas redes sociais é o secretário para a Comunicação da Santa Sé, Dom Lucio Adrian Ruiz. Ele começa recordando o encontro do Papa, há um ano, com o fundador do Instagram, Kevin Systrom. Confira a entrevista realizada por Alessandro Gisotti, da Rádio Vaticano:

Papa reunido com Dom Lucio e Kevin / Foto: Arquivo - Rádio Vaticano

Papa reunido com Dom Lucio e Kevin Systrom/ Foto: Arquivo – Rádio Vaticano

Dom Lucio Adrian Ruiz: Há um ano estava iniciando a conta no Instagram. As recordações são tantas! Foi um tempo muito rico. Porém, a coisa mais bela de todas foi o encontro com o Santo Padre, quando Kevin Systrom, (co-fundador do Instagram) veio e apresentou a ideia ao Santo Padre, com o objetivo principal de poder comunicar uma mensagem com a imagem. O Santo Padre respondeu falando da teologia da imagem, como a Igreja sempre viveu a imagem como o modo de ser próxima ao povo e até mesmo de fazer catequese. Ele contou as pinturas das igrejas e uma experiência importante. Disse: “É tão importante a imagem no mundo que quando eu me aproximo das crianças, as crianças não querem falar porque são tímidas, mas me trazem um desenho e então eu pergunto a elas: ‘o que significa essa imagem?’. E depois ali se dissolvem e alguém precisa pará-las porque começam a contar tantas coisas sobre si…’. ‘O ponto de acesso a um diálogo – diz – é a imagem, portanto devemos fazer esse projeto’”.

Francisco começou no Instagram com essa mensagem: “Quero acompanhar-vos no caminho da misericórdia e da ternura de Deus”. Vale a pena recordar que estávamos em pleno Jubileu da Misericórdia. Mas é possível levar esta ternura de que fala o Papa também nas redes sociais?

Dom Lucio Adrian Ruiz: Sim, absolutamente. Nas respostas que acompanhamos todos os dias, também para dar ao Santo Padre uma síntese daquilo que milhões de pessoas escrevem, nos pontos mais importantes, vimos como o povo acolheu plenamente esta ideia. Toca-nos muito como diante de uma mensagem que se quer transmitir, quando o Papa, por exemplo, está beijando uma pessoa, um doente, abraça-o, abençoa-o, há expressões como: “Este abraço é todo meu…Obrigado por este abraço: hoje eu precisava disso”. O povo, vendo ali o Papa que abraça o outro, sente este abraço como seu. E talvez tenha alguém que está em um hospital, pessoas que nunca poderão vir a Roma e encontrar o Papa e que vivem aquela pequena expressão digital como uma experiência que fazem sua.

Há uma imagem, entre tantas que vimos neste ano na conta Franciscus, que o tocou?

Dom Lucio Adrian Ruiz: Quando ele reza, porque transmite este sentido do mistério de estar recolhido com Deus: colocar na internet aquele momento profundo que cria esta reação de recolhimento, de oração…E depois tantas outras imagens que são muito fortes, que tocam muito, são quando acaricia alguém, um idoso, um doente, uma criança: há estes grandes abraços, que se tornam uma teologia do corpo feita e vivida com simplicidade.

Este Papa gera imagens que tocam a mente e o coração das pessoas, também dos não-crentes. Para dizer a verdade, gera imagens também com as palavras: pensemos nas homilias de Santa Marta. Que lições oferece aos comunicadores e, em particular, propriamente aos comunicadores cristãos?

Dom Lucio Adrian Ruiz: Estamos na cultura digital. Como dizia Papa Bento XVI, há um “continente digital”, uma realidade na qual devemos entrar e viver porque, se o homem está ali, a Igreja não pode não estar ali e deve estar na própria dinâmica com a qual os missionários o faziam quando descobriam um outro continente, uma outra realidade. O que faziam os missionários? Estudavam sua cultura, sua língua de tal maneira que conhecendo-os pudessem levar Jesus a eles. Do mesmo modo, se estamos diante de uma cultura que é digital com pessoas que habitam nestes ambientes digitais, nós devemos aprender aquela linguagem, fazer Jesus presente, mas naquela cultura, porque esta é a dinâmica da Encarnação. O Verbo se fez carne, portanto habitou entre nós, tomou a cultura daquela época, falou aquela língua…Este é um dever da Igreja: sempre inculturar-se em todo tempo, também para dar uma mensagem de esperança. Qual é a missão dos comunicadores? Poder transmitir a esperança do Evangelho mesmo nesta realidade. A nossa missão é essa; portanto, a primeira coisa é conhecer a linguagem, esta cultura, estas dinâmicas, porque não é simplesmente uma transposição de um meio a outro, não é colocar uma parte em outra, porque assim não funciona, não se pode entender, não se pode seguir! Há uma linguagem que lhes é própria e que portanto devemos aprender; há uma dinâmica que lhes é própria – e que devemos aprender; aprendendo, veicular com esta linguagem uma palavra de amor.

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