Papel do eleitor

Juiz eleitoral explica como votar de maneira consciente

Para Leonardo Alvarenga, não basta um exame crítico do candidato antes da votação, analisar sua atuação posterior faz parte do processo

Luciane Marins
Da Redação

Juiz Auxiliar da Presidência do TRE/ES, Leonardo Alvarenga durante palestra no Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo, em Vila Velha / Foto: facebook TRE/ES

Juiz Auxiliar da Presidência do TRE/ES, Leonardo Alvarenga, durante palestra no Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo, em Vila Velha / Foto: facebook TRE/ES

Às vésperas das eleições, o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Regional do Espírito Santo (TRE/ES), Leonardo Alvarenga, destaca os critérios que o eleitor deve levar em conta para votar de maneira consciente: a ficha, a história e o plano de ação do candidato devem ser analisados. Ele explica que é importante o eleitor votar movido pela ideologia e planos de ação do candidato, e não pela mídia.

“É relevante que o eleitor efetivamente conheça o seu candidato ou, pelo menos, conheça as suas propostas e tenha algum tipo de vinculação, alguma sintonia com essas propostas.”

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O voto consciente não termina na urna. O juiz destaca que é um processo, ou seja, depois de votar, o cidadão precisa continuar atento à atuação da pessoa eleita para fiscalizá-la e cobrá-la.

A educação tem um papel primordial nesse contexto. Alvarenga defende que o país precisa de um nível educacional mais profundo, de maneira que o cidadão tenha consciência de que, além da necessidade de votar, é preciso fiscalizar. “O interesse para o processo eleitoral, para muitos, pode parecer apenas mais uma oportunidade, de quatro em quatro anos, para ganhar algo de algum candidato. Todas essas oportunidades são, na verdade, desprezíveis diante do tamanho da envergadura da responsabilidade que o eleitor precisa ter para escolher o destino de sua nação.”

Para o juiz, a eleição é a “grande” e talvez a única oportunidade que o cidadão tem na democracia para intervir diretamente no estado e na gestão pública.

Voto branco e nulo

Pesquisa Ibope e Datafolha, divulgada na última terça-feira, 30, para o primeiro turno da eleição presidencial, aponta a intenção de 7% de votos brancos e nulos, percentual que sobe para um eventual segundo turno. Para Alvarenga, embora esse voto esteja previsto na legislação e seja, muitas vezes, manifestação de descontentamento, não é útil para a democracia representativa.

“O ideal escolher algum dos candidatos, porque apenas escolhendo algum deles é que se permite a esses candidatos uma oportunidade para que mostrem a que vieram. E também, votando branco e nulo, em última análise, você não deixa de fazer uma escolha. Para esse, o voto branco e nulo é muito útil.”

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Projeto Voto Consciente

O Tribunal Regional do Espírito Santo (TRE/ES) desenvolveu o Projeto Voto Consciente para orientar os futuros eleitores do Estado sobre a importância de possuírem conscientização política e votarem em candidatos comprometidos com a coletividade.

Juízes Eleitorais realizam palestras voltadas para estudantes do Ensino Médio. O voto consciente, a democracia, o papel do eleitor, a importância do voto e o reflexo da política na vida são alguns dos temas abordados.

“É preciso tentar convencer a juventude de que o voto é o grande poder que o cidadão tem no regime democrático, e para isso nós tentamos massificar essa ideia e mostrar a eles como, apenas pelo voto, pela sua participação efetiva é que ele poderá intervir no destino da nação,” conclui o juiz.

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