Campanha da Fraternidade 2016

Reflexão sobre saneamento básico marca abertura da CF

Durante o lançamento da Campanha da Fraternidade, o presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha, afirmou que a falta de saneamento básico destrói a casa comum

Da Redação, com CNBB

Abertura da Campanha da Fraternidade 2016 / Foto: CNBB

Abertura da Campanha da Fraternidade 2016 / Foto: CNBB

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 foi aberta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), nesta Quarta-feira de Cinzas, 10, na sede da Conferência, em Brasília (DF).

O evento foi presidido pelo bispo da Igreja Anglicana do Brasil e presidente do Conic, dom Flávio Irala.

Saneamento básico

Na ocasião, o arcebispo de Brasília e presidente da entidade, dom Sergio da Rocha, ressaltou a atualidade e a urgência do tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, que tem como foco no saneamento básico. Ao denunciar a exposição da população ao mosquito aedes aegypit, vetor dos vírus da dengue, chikungunyae e zika, dom Sergio afirmou que a falta de saneamento básico destrói a casa comum e a vida da família que habita essa casa.

“O tema desse ano é de grande atualidade e urgência. O cuidado da casa comum, pondo em relevo o saneamento básico, não pode ser descuidado, nem pode ser deixado para depois, necessita da atenção e dos esforços de todos. Há muita coisa a ser feita por cada pessoa, espontaneamente, mas, embora seja sempre muito importante o que cada um pode fazer pessoalmente, nós necessitamos muito da vivência comunitária da Campanha.”

Dom Sérgio destacou que cada comunidade é convidada a refletir sobre o que fazer em sua realidade local.

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.: Dom Damasceno comenta tema da Campanha da Fraternidade 2016

Para o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o tema é apropriado ao que se vive no Brasil e em alguns países do mundo e está vinculado diretamente à dignidade, ao combate à pobreza e à saúde pública. Kassab também assumiu que o Brasil está aquém do ideal nos índices de saneamento básico, apesar de que nos últimos anos tenha melhorado alguns indicadores.

O bispo da Igreja Anglicana do Brasil e presidente do Conic, dom Flávio Irala, recordou que o tema aponta o saneamento básico como um bem essencial para a concretização de todos os direitos humanos.

Irala propôs três pontos para mobilização. Um relacionado à participação popular nos planos municipais de saneamento básico, outro que pede o fim dos “rios mortos” e, por fim, um pedido para que a construção de usinas no Rio Tapajós, em Santarém (PA), não seja realizada sem consulta à população.

Apoio internacional

O diretor geral da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento de países da Ásia, da África e da América Latina, monsenhor Pirmim Spiegel, falou sobre as bases que as raízes do tema da CFE 2016. Spiegel citou o acordo Rio 92, o subtítulo da encíclica do papa Francisco sobre o cuidado da casa comum e o apelo das Nações Unidas para que as religiões e as Igrejas contribuam para solucionar os grandes problemas do planeta.

Ao recordar o Ano Santo e as palavras de dom Helder Câmara, afirmou que “como cristãos e cristãs não podemos ser indiferentes que o nosso próximo sofra”.

Mensagens

Como de costume, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade. O pontífice recordou a responsabilidade pela Casa Comum e que envolve os governantes e toda a sociedade.

“Pessoas são chamadas a tomar iniciativas em que se unam as Igrejas e as diversas expressões religiosas e todas as pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. O acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental”.

Em seu texto, o Papa apontou para a abordagem da encíclica Laudato Si’, que colabora com as reflexões da Campanha.

O secretário do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Olav Fykse Tveit, também enviou mensagem. Ele analisou a necessidade de mudanças e transformações, apontando que ações unilaterais, isoladas de países não são suficientes para confrontar a situação os problemas mais profundos desta “crise múltipla da vida”.

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