Na segunda matéria especial pelo Dia da Mulher, o tema em pauta é saúde feminina; ginecologista comenta doenças das mulheres modernas
Monique Coutinho
Da Redação
Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira, 8, o noticias.cancaonova.com produziu três matérias voltadas para temas de interesse feminino. Na reportagem de hoje, o tema em pauta é saúde feminina e seus devidos cuidados.
Em cada etapa da vida, a mulher tem necessidades específicas, desde o início de seu desenvolvimento até a menopausa. Para evitar preocupações referentes à saúde, o ginecologista Urbano Carvalho afirma que a mulher precisa adquirir hábitos saudáveis, como uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos.
“Procurar evitar o açúcar refinado, o excesso de sal e de alimentos embutidos, enlatados e processados, aumentar a ingestão de água e consumir com moderação o álcool. Todos esses são fatores alimentares importantes. Além da alimentação regrada, a atividade física de pelo menos 30 minutos por dia (o ideal seria uma hora), combinando aeróbico, força e equilíbrio, também contribui para uma boa saúde”, diz.
Seguindo essas indicações, o especialista garante que haverá mais controle das dores musculares, lombares e em geral, além do benefício do controle do peso, o que consequentemente traz benefícios estéticos, sensações de bem-estar e autoestima. “Claro que é preciso fazer exames de check up, mas esses dependem da idade. Nas meninas mais jovens, basicamente a avaliação ginecológica de rotina”.
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O médico acrescenta que para as mulheres que pensam em engravidar, entre seus 25 e 40 anos, o mais indicado é a ultrassonografia ginecológica ou de mamas, além de exames laboratoriais que analisarão toda parte metabólica.
“Quando nos direcionamos para as mulheres acima de 40 anos, inclui o exame da mamografia por causa do aumento da incidência do câncer de mama, acima dos 50 anos, mais forçosamente a gente controla a tireoide e já se passa a fazer a observação da menopausa com a eventual problemática da osteoporose, além do câncer de intestino que envolve a colonoscopia, que avalia e pode detectar o câncer de intestino”, acrescenta.
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À medida que a mulher avança na idade, os exames e avaliações propostos a elas se diferenciam. A princípio, o especialista diz que o próprio ginecologista é suficiente para uma primeira avaliação, mas depois o cardiologista, clínico geral e geriatra também encorporarão a equipe que dará assistência para elas.
Doença da mulher moderna
Um dos problemas de saúde que afeta a mulher nos dias de hoje é a chamada endometriose, uma doença inflamatória que gera uma dor intensa nas mulheres durante as relações sexuais e cólicas menstruais e muitas vezes são associadas à intensidade do fluxo menstrual.
“Essa é uma doença que tem também relação com o estilo de vida, porque com a diminuição do número de filhos, do ato de amamentar e do aumento do número de menstruações – pois elas estão menstruando mais cedo – faz favorecer a endometriose. Então ela é uma doença moderna e pode estar associada com a infertilidade”.
A TPM
Existem outras situações que não são doenças, mas são características típicas das mulheres modernas, como a tensão pré-menstrual (TPM), que é basicamente uma alteração hormonal que ocorre na 2ª metade do ciclo menstrual e gera sintomas físicos como: retenção de líquido, gerando dor na mama; aumento de peso; inchaço e alteração do ritmo intestinal.
“Tem também os sintomas emocionais que podem variar entre depressão, ansiedade e irritabilidade. Independente da TPM ou não, essas alterações do humor as afetam demais e hoje em dia existe uma tendência muito grande de consumo de antidepressivos e calmantes em geral, algo que não é muito saudável”, alerta o ginecologista.
Vida saudável
Adquirir bons hábitos requer esforço e dedicação. A neurologista Alessandra Silva é casada e possui duas filhas pequenas. Apesar da correria do dia a dia, ela conta que sempre buscou ter uma vida saudável, tanto na alimentação quanto na prática de exercícios físicos.
“Se comemos mal, aumentamos nossas taxas de glicemia e de lipídeos no sangue, e isso, associado ao sedentarismo e à genética, aumenta nosso risco de adquirir doenças cardiovasculares e de alguns tipos de cânceres. Com a prática regular de exercícios físicos e controle da alimentação fica mais fácil manter nosso nível de estresse tolerável no dia a dia e melhor funcionamento da nossa cognição”, acrescenta.
Alimentação balanceada
Referente à alimentação, Alessandra afirma que come muita fruta, verduras, legumes. Ela evita carnes vermelhas e de porco.
“Evito também refrigerante, bebida alcoólica e farinha branca. Não tomo leite nem derivados deste, mas neste último caso, também porque tenho intolerância à lactose. O arroz na minha casa é o integral, o açúcar é o demerara. E prefiro fazer tudo que posso na airfryer”, diz.
Cuidado mental
Para a neurologista, muito além da forma física, ter uma boa qualidade de vida é cuidar também da mente, pois uma mulher que come bem ensina, com o seu exemplo, a sua família a comer bem.
“Nós ficamos menos estressadas, mais concentradas e felizes. Meu corpo é templo do Espírito Santo. Eu moro nele! Tenho responsabilidade de cuidar dele da melhor maneira possível. Claro que sem neuras. Mas também sem desculpas e sabotagens”, conclui.