Com possível impacto positivo na economia, especialista orienta sobre como gastar o dinheiro das contas inativas do FGTS
André Cunha
Da redação, com colaboração de Osvaldo Luiz
A partir do próximo dia 3 de março, mais de 30 milhões de trabalhadores terão direito a retirar o dinheiro retido nas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
De acordo com o Governo Federal, são mais de R$ 43 bilhões parados nessas contas e a estimativa é que R$ 34 bilhões sejam sacados pelos trabalhadores.
Mais da metade dos beneficiários tem, no máximo, R$ 500 para sacar, segundo o governo. Outros 24% têm saldo entre R$ 500 e R$ 1.500. Os dois grupos representam 80% do total de pessoas com direito a sacar o dinheiro. Os demais têm mais de R$ 1.500 a receber.
O fato é que esse dinheiro terá um impacto significativo e positivo na economia do país, sobretudo, neste momento de crise. Mas, para o educador financeiro, José Roberto Romoaldo, a grande questão agora é o que o trabalhador fará com esse recurso.
“O interessante é que ele consiga antecipar um sonho que ele tenha, caso não tenha dívidas. Já a pessoa que possui uma dívida e está conseguindo paga-la mês a mês, o interessante é que ela faça uma reserva, porque, a dívida que está sendo paga em dia, não precisa ser mexida. Somente em casos de inadimplência é que a pessoa deve usar esse recurso para fazer uma negociação e sair dessa situação”, disse.
“Em caso de inadimplência, a sugestão é que ela faça uma boa negociação e pague o valor. Caso a dívida seja maior que o dinheiro [do FGTS], a pessoa deve fazer uma reserva e assim que tiver a quantia, refazer a negociação e quitar a dívida”, explicou.
Aplicação
O especialista acredita que a poupança não seja a melhor opção para quem quer fazer uma aplicação do recurso sacado. Segundo ele, a pessoa deve procurar outra formas, como a aplicação em renda fixa.
“O Brasil é o país da renda fixa. Nós temos grandes opções de investimentos com relação a renda fixa que realmente geram riqueza, fazendo com que o dinheiro cresça, com um pouco de risco, ou quase nenhum”, afirmou.
A indicação é que o trabalhador procure um especialista ou mesmo o gerente de seu banco para auxiliar na busca pelas melhores alternativas.
Repensar o dinheiro
O especialista José Roberto indica que, antes de pensar na aplicação, em onde gastar o dinheiro, ou mesmo já sair comprando desenfreadamente, é bom para o trabalhador fazer um diagnóstico das finanças e passar a olhar mais para os sonhos.
“Eu acho que é isso que move as pessoas para que elas façam novas coisas. Se motivar através dos sonhos seria um primeiro passo. Depois, começar a repensar o dinheiro. Como essa questão do recurso do FGTS, muitos estão olhando como algo a mais – apesar de ser uma renda extra – mas é parte do suor do trabalhador. Então, a partir do momento que as pessoas tomam consciência de que aquilo é resultado do próprio trabalho, elas começam a valorizar. É essa consciência que tem que ser despertada nas pessoas”.