Memória

A Estrela e os pobres: há cinco anos, Papa visitou Greccio

Nesta segunda-feira, recorda-se o aniversário da visita surpresa do Papa à cidadezinha na região de Rieti, onde São Francisco montou a primeira cena da Natividade

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco visita o presépio de Greccio, cidade onde o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis em 1223/ Foto: Vatican Media via Reuters

A surpresa de um encontro, o caminho a seguir cheio de fé, esperança e sinais – de um admirável sinal. Em 4 de janeiro de 2016, muitos se lembram disso, especialmente alguns jovens da diocese de Rieti, presentes naquela tarde no Santuário de Greccio para a conclusão de um encontro. Eles se viram inesperadamente face a face com o Papa, que lhes disse algumas palavras por alguns momento que foi sobretudo de oração na Gruta do Presépio de Greccio, o lugar onde São Francisco quis reproduzir o evento da Natividade de uma forma que se estendesse, através dos séculos, em todos os cantos do planeta.

A visita cinco anos atrás

Também cinco anos atrás, o dia 4 de janeiro era uma segunda-feira. No início da tarde da primeira semana do novo ano – do Jubileu Extraordinário da Misericórdia – o Papa chegou a Greccio para visitar o presépio e, após o almoço com o bispo, dom Domenico Pompili, foi à capela do Santuário Franciscano, para depois encontrar-se com a comunidade franciscana local e cumprimentar um grupo de jovens. Foi uma visita surpreendente não só porque foi inesperada, mas também na forma. “Tudo ocorreu em silêncio e em pouco tempo”, comentou o então guardião do Santuário, padre Alfredo Silvestri, referindo-se à visita do Papa à Gruta, ao dormitório e ao momento de oração pessoal na igreja. E David, um dos rapazes presentes, acrescentou: “Tudo foi muito bonito, intenso, e esperamos que esta despedida seja apenas um até breve”.

Fazer-se pequenos, seguir a Estrela

“Deus se rebaixou para ser um como nós, para caminhar diante de nós”, disse Francisco aos jovens indicando o Menino na manjedoura. Esta pequenez, esta mansidão, é “a humildade de Deus que vai contra o orgulho, a suficiência, a soberba”. E então o Papa convidou os jovens a se fazerem uma pergunta: “minha vida é uma vida mansa e humilde, que não é orgulhosa? Outro sinal, continuou, é a Estrela dos Reis Magos: “o céu”, considerou Francisco, “está cheio de estrelas”, mas eles viram “uma estrela especial, uma Estrela que os moveu, deixando muitas coisas para trás, e iniciar um caminho”, que eles não sabiam para onde os levaria. “Quando em nossas vidas – comentou – não encontramos nenhuma estrela especial que nos chame para fazer algo mais, algo bom, para empreender um caminho, até mesmo para tomar uma decisão… algo está errado”. E devemos pedir a graça de descobrir a Estrela que Deus, hoje, quer que eu veja, porque essa Estrela me conduzirá a Jesus”.

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Jesus nos pobres

“Faço votos – concluiu o Papa -, que sua vida seja sempre acompanhada destes dois sinais, que são um presente de Deus: que não lhe falte a Estrela e que não lhe falte a humildade de redescobrir Jesus nos pequenos, nos pobres, nos humildes, naqueles que são descartados pela sociedade e também da própria vida”. Uma saudação, mas também um até breve, pois após quase 4 anos o Papa voltará a Greccio para escrever, literalmente, uma página de seu pontificado.

“Admirabile signum”

A visita de janeiro de 2016 está idealmente ligada à de 1º de dezembro de 2019, quando o Papa Francisco vai novamente a Greccio para assinar a Carta Apostólica “Admirabile signum”. Um texto sobre o significado e o valor do presépio que preserva o eco dos pensamentos de cinco anos antes. O presépio – escreve o Papa -, “desperta muito espanto e nos emociona” porque “manifesta a ternura de Deus” que “se rebaixa à nossa pequenez”, se faz pobre, convidando-nos a segui-lo no caminho da humildade para “encontrá-lo e servi-lo com misericórdia nos irmãos e irmãs mais necessitados”. Os anjos e o Cometa, assinala novamente Francisco, são um sinal de que “também nós somos chamados a partir para chegar à gruta e adorar o Senhor”. Enquanto os pastores dizem que são “os mais humildes e pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação” e as estatuetas dos artesãos falam de “santidade cotidiana”, da “alegria de fazer as coisas cotidianas de uma maneira extraordinária, Jesus compartilha conosco sua vida divina”. O presépio narra assim “o Deus que se fez menino para nos dizer quão próximo ele está de cada ser humano, em qualquer condição que ele se encontre”, e para nos dizer que “nisto está a felicidade”.

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