Sobre a crise no país

Venezuela: o Papa quer verificar a vontade das duas partes

Comunicado informa que o Papa se reserva a possibilidade de verificar as intenções de ambas as partes sobre mediação da Santa Sé   

Vatican News

Depois do pedido de Maduro ao Papa para relançar o diálogo na Venezuela, na manhã desta quinta-feira, 7, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado, através do diretor interino Alessandro Gisotti afirmando:

“O Santo Padre sempre se reservou e portanto se reserva a possibilidade de verificar a vontade de ambas as partes determinando se existem condições para seguir este caminho”.

Já em Abu Dhabi, Alessandro Gisotti tinha referido que o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, havia confirmado o episódio do líder venezuelano Maduro, que em entrevista a uma emissora italiana, informou que havia enviado uma carta ao Papa Francisco para favorecer a reconciliação na Venezuela. 

Mediar, se for pedido por ambas as partes

No voo de regresso de Abu Dhabi, durante a entrevista coletiva, o Papa falou sobre a crise venezuelana, confessando que ainda não tinha lido a carta enviada pelo presidente venezuelano, mas confirma que é necessário fazer gestos “facilitadores” para uma aproximação. O primeiro passo é o pedido de ambas as partes.

Veremos o que se pode fazer. Mas, para que ocorra uma mediação, é necessária a vontade de ambas as partes, ambas as partes pedindo. Também para os países, essa é uma condição que deve fazê-los pensar antes de pedir uma facilitação ou a presença de um observador, ou uma mediação. Ambas as partes, sempre.

Recordando o compromisso da Secretaria de Estado na crise venezuelana, Francisco não esconde os poucos resultados alcançados no passado como nos colóquios na República Dominicana entre o governo e a oposição, mediados entre o ex-presidente espanhol Zapatero, representante da Unasur, União das Nações Sul-americanas. Na época, a diplomacia vaticana trabalhou também com dom Emil Paul Tscherring, hoje Núncio Apostólico na Itália e na República de San Marino, continuou depois com Dom Claudio Maria Celli, que teve uma longa carreira na Secretaria de Estado. E ali – afirmou Francisco durante o voo papal – não tivemos frutos.

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