Fé e ciência

Santo Sudário leva "ao encontro do Salvador", afirma especialista

"Através do tecido, vai-se ao encontro da pessoa do Salvador", afirma o padre italiano Giuseppe Ghiberti.

A correta abordagem das questões vinculadas ao Santo Sudário e um sadio relacionamento entre ciência e fé são pontos abordados por esse sacerdote italiano, perito encarregado pelo Arcebispo de Turim para estudar os temas que dizem respeito ao Santo Sudário.

Nesta sexta-feira, 19, realiza-se em Gênova (Itália) o encontro O Homem do Sudário – O rosto e o corpo de Cristo. Padre Giuseppe é um dos palestrantes e escreveu um artigo intitulado De frente ao Sudário – O sinal e o assinalado, publicado no jornal oficial da Santa Sé L'Osservatore Romano.

.: NA ÍNTEGRA: De frente ao Sudário – O sinal e o assinalado

O sacerdote destaca que as pesquisas científicas provocaram novos e importantes debates sobre o relacionamento religioso que une o fiel ao Sudário e à imagem ali impressa.

Em 1988, análises com base no Carbono 14 dataram o tecido entre 1260 e 1390, o que levantou posições que reivindicaram a ilegitimidade de um relacionamento religioso com o Sudário, bem como outras que sustentavam uma possível incorreção nos procedimentos adotados.

"Torna-se, acima de tudo, necessária uma correta posição do problema. Isso é agravado por um pronunciamento científico; mas onde está precisamente o problema do relacionamento entre ciência e fé a respeito do Sudário? O que pode ou deve esperar a fé da ciência; que condições impõe a ciência à fé?", questiona padre Giuseppe.

Ele complementa que o relacionamento com a fé deve ser qualificado a partir do modo como o Sudário "age positivamente em favor do processo da fé", agregando nova pergunta: "O sinal do Sudário é mais 'verdadeiro' se o pano certamente tocou o corpo de Jesus?".

Respostas equilibradas

O pesquisador acredita que, para se chegar a respostas equilibradas, deve-se ter como ponto de partida "a importante natureza do relacionamento que nasce entre quem se aproxima desse objeto e do Sudário em si".

Padre Giuseppe explica que mesmo os não-crentes são tomados por um sentimento de compaixão, que questiona como pode o homem fazer algo tão cruel a seu semelhante. Já o crente se reporta facilmente ao relato da Paixão nos Evangelhos, "de tal forma que o sinal perde totalmente a importância para deixar aberto o caminho ao assinalado".

Isso implica agora, conclui o perito, a inexistência de perguntas ou pesquisas científicas, uma espécie de momento pré-científico, "que não nasce de nenhum pronunciamento contra a ciência, nem mesmo da teorização de estranheza a ela, mas, simplesmente, de uma forma autônoma de caminho que envolve a vida", preenchido de comoção, contrição, petição.

Saiba mais

O Santo Sudário, uma das relíquias mais famosas do Cristianismo, é o pano de linho puro que alguns afirmam ter sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação.

A relíquia será exposta na Catedral de Turim entre os próximos dias 10 de abril e 23 de maio, dez anos após o Ano Jubilar (2000). Será a primeira ocasião pública da exposição após a "restauração" de 2002, que levou à remoção de tiras de tecido queimado durante o incêndio de 1532 e colocou o Sudário sobre um novo suporte.

O evento O Homem do Sudário – O rosto e o corpo de Cristo é coordenado pela filósofa Sandra Isetta, e conta com a participação da historiadora Lucetta Scaraffia, do diretor do Escritório de Bens Culturais e Arte Sacra da Arquidiocese de Florença, Timothy Verdon, e do sacerdote encarregado pelo Arcebispo de Turim para estudar as temáticas vinculadas ao Santo Sudário, Giuseppe Ghiberti.

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