Santuário de Fátima

Sair do sepulcro para a vida é o destino do homem, destaca vice-reitor

Durante a celebração da Peregrinação Mensal de Abril, padre Vítor Coutinho falou da urgência em  testemunhar que há razões para não desistir da vida,  pressa própria de “quem quer viver com uma novidade que mexeu com a sua vida”

Da Redação, com Santuário de Fátima

Segundo sacerdote,  o evangelho mostra que não é no sepulcro que construímos a nossa história /Foto: Santuário de Fátima

A Basílica de Nossa Senhora do Rosário acolheu, nesta segunda-feira, 13, a Peregrinação Mensal de Abril, presidida pelo vice-reitor do Santuário de Fátima, o padre Vítor Coutinho. Essa celebração aconteceu sem a presença física de peregrinos, por motivos da pandemia por COVID-19.

O sacerdote convidou os peregrinos, que, através dos meios de comunicação social puderam assistir a essa celebração, a refletir sobre um aspeto para o qual, o Evangelho deste dia chama a atenção.

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“É um Evangelho cheio de movimento, a mostrar alguma pressa pela urgência de testemunhar que há razões para não desistir da vida, a pressa própria de quem quer viver com uma novidade que mexeu com a sua vida”, afirmou o Pe. Vítor Coutinho, que considera esta pressa relatada como “bela”, uma vez que “esta pode ser a pressa de estar calmamente centrados no que é importante em cada momento da vida, a pressa de encontrar Aquele que nos dá confiança e faz serenar, a pressa de reconhecer que por vezes nada mais podemos fazer senão aceitar que não podemos fazer nada”.

Na narrativa desta manhã da Ressurreição se pode ver o movimento destas mulheres que se afastam a toda a pressa do sepulcro também como imagem da nossa sede natural de vida”. O vice-reitor do Santuário explicou que os sepulcros “não são o nosso habitat e Jesus Cristo abriu a pedra do sepulcro, precisamente para sabermos que não é lá o nosso lugar, não é aí que construímos a nossa história”.

“Por isso, naturalmente, afastamo-nos do sepulcro e procuramos afastar a morte de nós e dos nossos”, e nestas circunstâncias que o mundo atravessa, é comum chegarem imagens que sensibilizam quem as vê, quando são mostrados os funerais das vítimas desta pandemia, ou as salas repletas de caixões

“Não está na nossa natureza morrer, não fomos feitos para deixar de existir e estas mulheres a correr afastando-se do sepulcro são imagem do imenso desejo humano de vida, da nossa vontade de viver, e desse modo podemos mesmo dizer que correr do sepulcro para a vida é o destino da nossa humana condição e esta é a notícia da Páscoa”, disse ainda.

O sacerdote atenta que todos os esforços que são feitos para encontrar curas para as doenças, para não deixar morrer os outros, “para nos protegermos a nós próprios daquilo que possa pôr em perigo a vida… tudo isso são reflexos deste desejo profundo de vida que nos habita”. Assim, “a ressurreição de Jesus leva, no entanto, mais longe o nosso olhar, porque, ao romper a pedra do sepulcro, Ele assegura-nos que esta morte natural não nos impedirá de viver e assim os crentes podem aproximar-se da morte com a certeza de que a sua existência não será reduzida a nada”.

“A fé certamente não nos fará abrandar os esforços por preservar esta vida, o crente amará sempre a vida e fará tudo para que todos possam viver o mais plenamente possível, no entanto a fé no Ressuscitado faz-nos encarar a morte sem o sentimento de perda absoluta, permite-nos manter um olhar de esperança mesmo quando humanamente vemos fracasso”, afirmou o Pe. Vítor Coutinho.

Nestes dias silenciosos, pelas condições em que a humanidade se encontra, o vice-reitor do Santuário de Fátima deseja que a fé pascal “possa reforçar com esperança o nosso olhar, que todos nós, enquanto testemunhas do Ressuscitado, possamos dar um sabor de vida a estes lugares do quotidiano que têm sepulcros no horizonte”, conclui.

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