CHUVAS NA EUROPA

Pelo menos 160 são mortos em chuvas na Alemanha, buscas seguem

Operações de resgate seguem em solo alemão, mesmo com as águas em níveis altos; este já é o pior desastre natural do país em 50 anos

Da redação, com Reuters

Autoridades seguem as buscas por sobreviventes neste que já é o pior desastre natural do país em meio século / Foto: Reprodução Reuters

Equipes de resgate vasculharam partes do oeste da Alemanha devastadas pelas enchentes em busca de sobreviventes no sábado, 17, enquanto os níveis de água seguiam altos em muitas cidades e casas continuavam a desabar, neste que já é considerado o pior desastre natural do país em meio século.

Pelo menos 160 pessoas morreram nas enchentes, incluindo cerca de 90 pessoas no distrito de Ahrweiler, ao sul de Colônia, de acordo com estimativas da polícia. Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas.

Nos últimos dias, as enchentes, que atingiram principalmente os estados de Renânia-Palatinado e Renânia do Norte-Vestfália, cortaram o fornecimento de energia e comunicações de comunidades inteiras.

As inundações também atingiram partes da Bélgica e da Holanda. Pelo menos 20 pessoas morreram na Bélgica.

Mudanças climáticas

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e Armin Laschet, primeiro-ministro estadual da Renânia do Norte-Vestfália, deveriam visitar Erftstadt, uma das cidades mais atingidas, no sábado, 17.

Laschet é candidato do partido CDU nas eleições gerais de setembro. A devastação das enchentes pode intensificar o debate sobre as mudanças climáticas antes da votação.

Os cientistas há muito dizem que a mudança climática levará às chuvas mais fortes. Mas serão necessárias várias semanas de estudo para se definir isso, afirmam os cientistas.

Hannah Cloke, professora de hidrologia da Reading University / Foto: Reprodução Reuters

Uma tragédia evitável

Hannah Cloke, professora de hidrologia da Reading University, disse à Reuters que pôde ver a gravidade das enchentes antes que elas acontecessem, usando o European Flood Awareness System (EFAS), uma ferramenta de previsão.

“Pude ver essas informações no início da semana e parecia muito sério, parecia uma enchente muito preocupante, então fiquei muito surpresa com a escala de mortes e destruição porque, do meu ponto de vista, parecia que poderíamos prever este evento”, lamentou a especialista.

Cloke acredita que a perda de vidas e a escala da destruição podem se resumir à falta de comunicação de avisos com base nas previsões.

“Portanto, algo está errado na cadeia de comunicação desses avisos. Algo está errado e as pessoas não entendem realmente o risco que correm e todos nós precisamos trabalhar muito mais para garantir que isso nunca aconteça novamente”, ponderou.

A devastação das enchentes, atribuída pelos meteorologistas aos efeitos das mudanças climáticas, pode abalar as eleições federais na Alemanha em setembro, que até agora havia visto pouca discussão acerca do clima.

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