GUERRA NA UCRÂNIA

Paul Gallagher pede que autoridades mantenham o diálogo vivo

Em entrevista à revista “América”, o secretário vaticano para as Relações com Estados e Organismos Internacionais se debruça sobre o conflito em curso na Ucrânia, exortando a comunidade internacional a dialogar para restaurar a paz

Da redação, com Vatican News

Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados do Vaticano / Foto: Reprodução Youtube

“Uma guerra de desgaste em que cabe à comunidade internacional manter viva a esperança do diálogo, a esperança da negociação”. Assim definiu o arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com Estados e Organismos Internacionais, em entrevista ao correspondente do Vaticano da revista America Jesuit, Gerard O’Connell.

O prelado do Vaticano recordou sua recente visita à Ucrânia em maio. “Aprendi sobre o grau de sofrimento que existe”, com destaque para “a grande perda de vidas e o medo de que a guerra continue”.

A posição da Santa Sé

Por isso, o arcebispo Gallagher destaca o papel da Santa Sé ao apelar às negociações e à “restauração da paz” “sem ignorar a violência e o conflito”. Gallagher acrescenta que “não houve convite explícito” à Santa Sé pela Rússia para mediar um debate, ainda que os dois Estados tenham mantido contatos “por meio do Núncio Apostólico em Moscou”.

O arcebispo Gallagher observou ainda que a posição da Santa Sé “é apreciada” pela Rússia, mas eles não deram “um passo adiante” pedindo uma possível mediação, assim como não houve convite explícito para o Papa ir a Moscou.

O arcebispo continuou a recordar o apoio da Santa Sé à “soberania e integridade territorial da Ucrânia”, reiterando que: “Cabe aos ucranianos negociar com os outros, com os russos, obviamente, em particular”. Com base neste princípio, diz ele, a Santa Sé “não reconheceria uma declaração unilateral de independência”, por exemplo, das regiões de Donetsk e Luhansk.

A visita do Papa à Ucrânia

Sobre as esperanças de uma visita papal a Kiev em agosto, o arcebispo Gallagher observou que o Papa “fez grandes progressos em sua mobilidade”, que foi prejudicada pelo problema no joelho, e, portanto, pode querer começar a analisar esse assunto “mais a sério” no próximo mês, após sua viagem ao Canadá, de 24 a 29 de julho.

De qualquer forma, diz Gallagher, o Papa Francisco “quer e sente que deve ir à Ucrânia”, mesmo sem convite de Moscou. “As duas coisas não estão ligadas”, concluiu o prelado do Vaticano. “Poderia ser uma coisa boa se eles estivessem ligados. Mas acho que a principal prioridade do Papa neste momento é fazer a visita à Ucrânia, encontrar-se com as autoridades ucranianas, encontrar-se com o povo ucraniano e com a Igreja Católica ucraniana”.

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