Papa alerta sobre a realidade da ausência paterna

Na catequese de hoje, Francisco retomou ciclo de reflexões sobre família, concentrando-se na palavra “pai” e na realidade da ausência paterna

Jéssica Marçal
Da Redação

Na catequese de hoje, Francisco fala aos fiéis sobre os pais, com foco na ausência paterna / Foto: Reprodução CTV

Na catequese de hoje, Francisco fala aos fiéis sobre os pais, com foco na ausência paterna / Foto: Reprodução CTV

Retomando nesta quarta-feira, 28, o ciclo de catequeses sobre família, o Papa Francisco se concentrou na figura paterna, alertando sobre o risco da ausência dos pais para os filhos.

“A ausência da figura paterna nas crianças e jovens produz lacunas e feridas que podem ser muito graves”. Como exemplos, o Papa citou a carência de exemplos para os filhos, a falta de condução, de proximidade e de amor por parte do pai. Isso resulta em jovens sem valores, propensos a buscarem ídolos que preencham seus corações.

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Francisco explicou que a palavra “pai” indica uma relação fundamental cuja realidade é tão antiga quanto a história do homem. Para os cristãos, assume significado especial, pois é o modo como Jesus ensinou o homem a se dirigir a Deus.

Hoje, porém, a sociedade sofre com a ausência paterna. Segundo o Papa, trata-se de uma realidade que, em um primeiro momento, foi percebida como uma libertação daquela figura de “pai patrão”,  que representava, muitas vezes, um obstáculo à liberdade dos jovens.

O autoritarismo que muitas famílias viveram com a figura paterna não é uma atitude boa, reconheceu o Santo Padre, mas se passou de um extremo a outro. Hoje o problema não é um “pai invasor”, mas pais concentrados em si mesmos, no próprio trabalho e na própria realização pessoal.

O Papa alertou que essa realidade gera jovens órfãos dentro das próprias famílias, porque os pais são ausentes e, mesmo quando estão em casa, acabam não se fazendo presentes para os filhos.

“Às vezes parece que o pai não sabe que lugar ocupar na família e, na dúvida, se abstém”, disse o Papa, explicando que o pai tem sim que ser um companheiro para o filho, mas sem deixar de ser pai.

Francisco considerou ainda a responsabilidade paterna que a comunidade civil tem com os jovens. Também ela deixa os jovens órfãos ao não dar a eles perspectivas, ideais que aqueçam o coração, esperança que apoie o cotidiano.

Com a catequese de hoje, Francisco disse que os fiéis podem ter ficado com uma impressão negativa, já que ele se concentrou apenas em uma problemática, que é a ausência dos pais. Mas o Papa explicou que, na próxima semana, a catequese será dedicada à beleza da paternidade. “Por isso escolhi começar da escuridão para chegar à luz”.

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