Solenidade de Pedro e Paulo

Papa afirma que dano mais grave para a Igreja é "poluição da fé"

"Se pensamos nos dois milênios de história da Igreja, podemos observar que – como havia prenunciado o Senhor Jesus (cf. Mt 10, 16-33) – nunca faltaram para os cristãos as provações, que em alguns períodos e lugares assumiram o caráter de verdadeiras e próprias perseguições. Essas, no entanto, apesar do sofrimento que provocam, não constituem o perigo mais grave para a Igreja. O dano maior, de fato, provém daquilo que polui a fé e a vida cristã dos seus membros e das suas comunidades, afetando a integridade do Corpo Místico, enfraquecendo a sua capacidade de profecia e testemunho, manchando a beleza de seu rosto".

Essa foi a indicação crucial de Bento XVI durante a homilia na Missa da  Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, celebrada na Basílica de São Pedro na manhã desta terça-feira, 29.

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.: Homilia de Bento XVI  na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo

.: FOTOS: Solenidade de São Pedro e São Paulo

Logo no início, o Papa disse que o tema dos textos bíblicos da Liturgia do dia "se poderia resumir assim: Deus está próximo de seus fiéis servidores e os livra de todo o mal, e livra a Igreja das forças negativas".

A partir da promessa de Jesus à Igreja – "as forças do inferno não prevalecerão" -, o Santo Padre afirmou que essa realidade vale não somente para as históricas perseguições que resultaram no martírio de Pedro e Paulo, "mas vai além, desejando assegurar a proteção sobretudo contra as ameaças de ordem espiritual".

Nesse sentido, o Pontífice destacou que é possível afirmar que existe uma garantia de liberdade assegurada por Deus à Igreja, tanto dos laços materiais – que podem prejudicar a missão – quanto dos males espirituais e morais – que podem afetar a credibilidade.

Dirigindo-se aos 38 Arcebispos Metropolitanos nomeados no último ano, que participaram do rito de imposição do pálioentre os quais dois brasileiros -, o Papa salientou que a comunhão com Pedro e seus sucessor é garantia de liberdade, seja com relação aos poderes constituídos, seja "no sentido da plena adesão à verdade, à autêntica tradição, de tal forma que o Povo de Deus seja preservado de erros concernentes à fé e à moral", indicou.

O Santo Padre também referiu-se à promessa de Jesus – de que as portas do inferno não prevalecerão sobre a Igreja – em um sentido ecumênico:

"A partir do momento que, como citei há pouco, um dos efeitos típicos da ação do Maligno é exatamente a divisão no interior da comunidade eclesial. As divisões, de fato, são sintomas da força do pecado, que continua a agir nos membros da Igreja mesmo após a redenção. […] A unidade da Igreja está enraizada na sua união com Cristo, e a causa da plena unidade dos cristãos – sempre a se buscar e renovar, de geração em geração – é, então, sustentada pela sua oração e sua promessa".

A Celebração

Concelebraram a Eucaristia com o Papa os 38 Arcebispos Metropolitanos que, durante o Sagrado Rito, receberam a imposição do Pálio diante da Confissão de São Pedro.

No final da Missa, o Papa recitou o Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, destacando que a profissão de fé de Pedro no diálogo com Jesus – "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16, 16) – "não é uma declaração fruto de raciocínios lógicos, mas uma revelação do Pai ao humilde pescador da Galileia".

A Delegação Ortodoxa

Como de costume, por ocasião da Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Padroeiros da Cidade de Roma, esteve presente na Santa Missa uma Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, composta por Sua Eminência Gennadios (Limouris), Metropolita de Sassima, subsecretário da  Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa no seu conjunto e vice-moderador do Comitê central do Conselho Ecumênico de Igrejas (Genebra); Sua Eminência Bartholomaios (Ioannis Kessidis), Bispo de Arianzós, Assistente do Metropolita da Alemanha; Reverendo Diácono Theodoros Meimaris, da Sede patriarcal do Fanar.

O grupo participou da celebração das Vésperas na noite desta segunda-feira, 28, que foi presidida pelo Papa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

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