Crise na Venezuela

Maduro declara vitória, mas Guaidó convoca mais protestos

Venezuela vive outro dia de instabilidade política e tensão

Ansa

O líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, fez um novo apelo para que as pessoas saiam às ruas para protestar neste feriado mundial de 1º de maio.

Segundo Guaidó, hoje é a “fase definitiva da Operação Liberdade”. Em um vídeo de quase três minutos divulgado no Youtube, Guaidó disse: “sabíamos que o início não seria fácil”, mas “provamos que há soldados dispostos a defender a Constituição”.

“Posso garantir que [o presidente Nicolás] Maduro não tem o respeito das Forças Armadas”. Guaidó disse ainda que recebeu informações de que Maduro “tinha tudo pronto” para deixar o país, mas “forças estrangeiras obrigaram-no a ficar”.

O opositor anunciou ontem que tinha conquistado o apoio das Forças Armadas da Venezuela para tirar Maduro do poder. Guaidó convocou uma multidão às ruas, que entrou em confronto com os agentes oficiais do governo.

De acordo com testemunhas, a tensão na Venezuela está alta, há relatos de feridos e ao menos um jovem de 24 anos morreu nos confrontos. Ao longo de toda a terça-feira, 30, houve expectativa entre os países aliados e contrários ao regime de Maduro sobre um possível desfecho para a crise política na Venezuela.

No entanto, a oposição não conseguiu assumir o poder, nem Maduro ordenou a prisão do deputado opositor. O cenário levantou questionamentos sobre qual seria o verdadeiro apoio recebido das Forças Armadas tanto a Guaidó quanto a Maduro.

Nesta quarta-feira, 1º, Maduro comemorou vitória e agradeceu às Forças Armadas por “derrotarem” a tentativa de golpe. “Quero parabenizar as Forças Armadas pela atitude firme, leal, valorizada e de enorme sabedoria com a qual conduziram a solução e a derrota do pequeno grupo que pretendia encher o país de violência, com uma escaramuça golpista”, exaltou.

De acordo com a ONG venezuelana pelos direitos humanos Foro Penal, ao menos 119 pessoas, sendo 11 adolescentes, foram presas durante as manifestações de ontem.

O estado com o maior número de prisões foi Zulia, com 69 pessoas, seguido por Carabobo, com 10 pessoas, Aragua, com 9, e Merida, com 8.

Já o governo da Espanha confirmou que o opositor Leopoldo Lopez, libertado ontem de uma prisão domiciliar, está refugiado na embaixada de Caracas com sua família.

A libertação de Lopez parecia sinalizar um apoio dos militares ao movimento opositor. Ele chegou a participar das marchas ao lado de Guaidó ontem, mas depois buscou refúgio, novamente levantando dúvidas sobre a capacidade da oposição contra Maduro.

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