Palavra do Papa

Discurso de Bento XVI à Delegação do Patriarcado de Constantinopla

Discurso de Bento XVI à Delegação do
Patriarcado Ecumênico de Constantinopla
por ocasião da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo


Queridos irmãos em Cristo,

"Graça e paz da parte de Deus nosso Pai" (Col 1, 2). Com grande alegria e carinho sincero dou-vos as boas-vindas no Senhor a esta Cidade de Roma, por ocasião da celebração anual do martírio dos Santos Pedro e Paulo. Esta festa, que a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas celebram no mesmo dia, é uma das mais antigas do ano litúrgico, e testemunha uma época em que nossas comunidades viviam em plena comunhão uma com a outra. Vossa presença aqui hoje – pela qual sou profundamente grato ao Patriarca de Constantinopla, Sua Santidade Bartolomeu I, e ao Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico – traz grande alegria aos corações de todos nós.

Agradeço ao Senhor porque as relações entre nós são caracterizadas por sentimentos de confiança mútua, estima e fraternidade, como é amplamente testemunhado pelos muitos encontros que aconteceram no curso deste ano.

Tudo isso oferece motivo para esperança de que o diálogo Católico-Ortodoxo também continuará a fazer progressos significativos. Sua Eminência tem conhecimento de que a Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico, da qual sois secretário-adjunto, está em um ponto crucial, tendo iniciado em Outubro passado, em Paphos, a discussão sobre "O papel do Bispo de Roma na comunhão da Igreja no Primeiro Milênio". Com todo o nosso coração, oramos para que, iluminados pelo Espírito Santo, os Membros da Comissão continuem a seguir este caminho durante a próxima sessão plenária, em Vienna, e dediquem o tempo necessário para o estudo aprofundado desta delicada e importante questão. Para mim, é um sinal encorajador que o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e o Santo Sínodo de Constantinopla compartilhem nossa firme convicção da importância deste diálogo, como Sua Santidade afirmou tão claramente na Carta Encíclica Patriarcal e Sinodal por ocasião do Domingo da Ortodoxia, em 21 de Fevereiro de 2010.

Na próxima Assembléia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, que convoquei para o mês de outubro aqui em Roma, estou certo de que o tema da cooperação ecumênica entre os Cristãos daquela região receberá grande atenção. Na verdade, isso está destacado no Instrumentum Laboris, que entreguei aos Bispos Católicos do Oriente Médio durante a minha recente visita ao Chipre, onde fui recebido com grande carinho fraternal por Sua Beatitude Chrysostomos II, Arcebispo de Nova Justiniana e de todo o Chipre. As dificuldades que os cristãos do Oriente Médio estão experienciando são, em grande medida, comuns a todos: vivem como uma minoria, e anseiam pela liberdade religiosa autêntica e pela paz. O diálogo é necessário com as comunidades Islâmica e Judaica. Neste contexto, ficarei muito contente por acolher a Delegação Fraternal que o Patriarca Ecumênico enviará para participar nos trabalhos da Assembleia Sinodal.

Sua Eminência, queridos membros da Delegação, agradeço-vos por vossa visita. Peço-vos que transmitais minha saudação fraternal a Sua Santidade Bartolomeu I, ao Santo Sínodo, ao clero e aos fiéis do Patriarcado Ecumênico. Por intercessão dos Apóstolos Pedro e Paulo, possa o Senhor nos conceder abundantes bênçãos, e possa manter-nos sempre em seu amor.



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