Ação climática

Cientistas e líderes religiosos assinam apelo conjunto para a COP26

Papa, demais líderes cristãos e de outras religiões e cientistas fazem apelo em vista da COP26 para que se intensifique a ação climática 

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Apelo pede intensificação da ação climática em prol da preservação do planeta/ Foto: Marcin Jozwiak via Unsplash

Líderes das principais religiões do mundo reuniram-se, nesta segunda-feira, 4, com cientistas no Vaticano e assinaram um apelo conjunto em vista da próxima Conferência Climática da ONU. A COP26, prevista para 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia, tem na pauta a realidade das mudanças climáticas.

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Segundo um comunicado divulgado pela Santa Sé, cerca de 40 líderes religiosos assinaram o apelo conjunto. São representantes de alto nível de todas as confissões cristãs, do Islã xiita e sunita, do judaísmo, do hinduísmo, sikhismo, budismo, confucionismo, taoísmo, zoroastrismo e jainismo.

O documento foi entregue pelo Papa Francisco ao presidente da COP26, Alok Sharma, e ao ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio. Trata-se de um pedido à comunidade internacional para intensificar a ação climática.

Os quatro pontos do apelo

São quatro eixos principais. Primeiro, zerar as emissões de gás carbônico o mais rápido possível, a fim de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 ° C acima dos níveis pré-industriais.

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.: Íntegra do apelo (em italiano e em inglês)

O segundo ponto é uma exortação às nações mais ricas e com maior responsabilidade a assumir um papel de liderança. O pedido aqui é para intensificar a própria ação climática em nível nacional, apoiando financeiramente os países vulneráveis, para que se adaptem e enfrentem as mudanças climáticas.

O apelo também pede que os governos aumentem suas ambições e cooperação internacional em favor da transição para energia limpa e práticas sustentáveis de uso da terra, sistemas alimentares ecologicamente corretos e financiamento responsável.

Por fim, exorta os próprios líderes religiosos a uma maior ação climática. Em particular, que adotem iniciativas para educar e influenciar os membros das próprias tradições religiosas. Também aqui um aceno à participação no debate público sobre questões ambientais, além do apoio às ações destinadas a tornar ecológicos os próprios recursos comunitários, como propriedades e investimentos.

Meses de diálogo

O apelo é fruto de meses de diálogo, em que líderes religiosos e cientistas se encontraram virtualmente em espírito de humildade, responsabilidade e respeito recíproco. A proposta: convergir para um dever moral comum de enfrentar as mudanças climáticas.

“As gerações futuras nunca nos perdoarão se desperdiçarmos esta preciosa oportunidade. Herdamos um jardim: não devemos deixar um deserto aos nossos filhos”, afirmam os líderes.

A palavra do presidente da COP26

O presidente designado para a COP26, Alok Sharma, disse que recebeu com honra este apelo histórico, enquanto exorta a seguir nos esforços para limitar o aumento da temperatura global em 1,5 °C.

“Todos nós devemos ouvir az vozes daqueles que são os mais atingidos pela mudança climática, e espero que as pessoas de fé continuem a ser parte integrante deste diálogo enquanto trabalhamos juntos para levar adiante a ação climática”.

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