Repercussão do relatório

Fundação Pontifícia ACN auxilia cristãos perseguidos em todo o mundo

Relatório da ACN publicado nesta semana constata aumento da perseguição aos cristãos; porta-voz da ACN Brasil frisa trabalhos da instituição em auxílio aos “perseguidos, mas não esquecidos”

Mauriceia Silva
Da Redação

Foto: Pete Linforth – Pexels

Apoiar os cristãos perseguidos em todo o mundo, também ajudando a destacar essa realidade na grande mídia. Assim é o trabalho da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, que divulgou, nesta semana, a edição atualizada do relatório “Perseguidos mas não Esquecidos: 2020-22”. O levantamento examina violações de direitos humanos contra cristãos em 24 países. 

Com testemunhos, estudos de caso e análises de países sobre até que ponto os cristãos são alvo de perseguição, o relatório inclui informações da ACN e de fontes locais.

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O diretor executivo e porta voz da ACN Brasil, Valter Callegari, comentou os objetivos do relatório e as principais ações da ACN em prol dos cristãos perseguidos no mundo. Para Callegari, o relatório “Perseguidos mas Não Esquecidos” tem como principal intuito ser a voz dos cristãos que sofrem perseguição e já não têm mais a quem recorrer. 

“Além de sofrerem restrições, discriminação, prisões, torturas, sequestros e até mesmo morte, os cristãos têm um outro grande desafio: eles são silenciados nos países em que sofrem perseguição e discriminação. Se não dermos voz a eles, talvez ninguém mais o fará.”

Tripé da ACN: informação, oração e ação

Callegari diz que a maioria dos países mencionados no relatório recebe ajuda da ACN, que promove ações para ajudar os cristãos perseguidos. Por meio dos três pilares de atuação da ACN (informação, oração e ação),  a instituição consegue viabilizar uma ajuda que busca mudar a realidade dos cristãos em um país.

“Um exemplo é o Iraque, em que a ACN ajudou com mais de 240 projetos desde 2014, entre esses projetos estão a reconstrução de mais de 2.800 casas de cristãos que foram expulsos pelo grupo Estado Islâmico.”

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O diretor explica que, atualmente, a ACN está em uma grande campanha para ajudar os cristãos sírios, que vivem em verdadeiro desespero por conta da fome, guerra e perseguição. “Os cristãos correm o risco de desaparecer na Síria. Em 2011, eram 1,5 milhão de cristãos na Síria. Hoje, se estima que sejam cerca de apenas 300 mil cristãos na Síria. Neste Natal, iremos ajudar famílias cristãs na Síria que já não têm mais alimento. Conseguiremos por meio da Igreja local oferecer refeições e apoio espiritual.”

Perseguição aumentou nos países analisados

Sobre os estudos de caso e análises de países, Callegari diz que, segundo o relatório, os principais perseguidores são o nacionalismo religioso, o autoritarismo estatal e o extremismo islamista. 

“As formas são as mais variadas e cruéis, vão desde a proibição de cruzes e Bíblias em locais públicos, como na Arábia Saudita; passando pelo assassinato de 7.600 cristãos na Nigéria nos últimos dois anos; e chegando ao limiar do genocídio na Coreia do Norte, com relatos de assassinatos, abortos forçados, infanticídio e escravidão.”

O relatório também traz um dado lamentável que é a resposta da pergunta de muitos: sim,  a perseguição aumentou.  Callegari explica que, no período analisado pelo relatório, a perseguição aumentou em 75% dos países pesquisados. Já no relatório sobre liberdade religiosa no mundo (atualizado a cada dois anos, o último foi em 2021), que abrange todas as demais religiões, foi constatado que os cristãos ainda são o grupo religioso mais perseguido no mundo.

Missão da instituição

Por fim, Callegari destaca que o estudo constatado da ACN faz com que os olhares do mundo se voltem para essa realidade ainda tão desconhecida a muitos. Ele ressalta que faz parte da missão da instituição distribuir essa informação também na grande mídia.

“Alguns resultados já foram percebidos como no caso da católica paquistanesa Asia Bibi, que permaneceu por 10 anos no corredor da morte acusada injustamente de blasfêmia. Durante esses 10 anos, a ACN ajudou a manter o seu caso conhecido na grande mídia, o que também contribuiu para que a sentença de morte não fosse executada e ela obtivesse a liberdade”, conclui Callegari. 

A ACN (Aid to the Church in Need em inglês) é uma Fundação Pontifícia com sede no Vaticano e que tem por missão dar assistência à Igreja onde ela é mais carente ou perseguida. Em síntese, a ACN é uma ponte que liga quem pode ajudar àqueles que precisam de ajuda.

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