15 de setembro

Fiéis celebram Festa de Nossa Senhora das Dores

Devoção a Nossa Senhora das Dores é muito antiga na Igreja, tem fundamentos na Bíblia e várias promessas deixadas a alguns santos

Kelen Galvan
Da redação

A festa de Nossa Senhora das Dores, celebrada nesta terça-feira, 15, é uma devoção antiga da Igreja Católica, mas foi o Papa Pio X que formalizou este título dado a Virgem Maria no ano de 1951.

Imagem de Nossa Senhora das Dores / Foto: Arquivo Canção Nova

A devoção à Nossa Senhora das Dores tem fundamentos bíblicos, pois a Sagrada Escritura apresenta os momentos das sete dores da Virgem Maria, explica o vigário paroquial da Igreja Nossa Senhora das Dores, em Niterói (RJ), padre Marcelo José Monteiro da Costa.

“Devemos ter em mente que os sofrimentos da Virgem Maria estão sempre relacionados a Jesus Cristo, seu Filho amado e que tudo d’Ele depende, principalmente, as suas dores relacionadas com o mistério da Paixão do seu Divino Filho”, explica o sacerdote.

Nesse sentido, padre Marcelo incentiva os fiéis a rezarem a “Coroa das Sete Dores da Virgem Maria”, rezando um Pai-Nosso e sete Ave-Marias para cada uma das dores de Nossa Senhora:

1) A profecia de Simeão que no templo profetiza para Maria Santíssima que “uma espada iria transpassar sua alma” (apontando para o momento da Paixão de seus filho na cruz) (Lucas 2, 34-35).
2) A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21);
3) O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2, 41-51);
4) O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23, 27-31);
5) Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz – Stabat Mater (João 19, 25-27);
6) Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
7) Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23, 55-56).

A devoção à Mãe das Dores iniciou-se em 1221 no Mosteiro de Schönau na Germânia. E graças à Ordem dos Servos de Maria (os frades servitas) a devoção espalhou-se, até ser fixada no calendário litúrgico.

A arquidiocese de Niterói celebra anualmente a Festa de Nossa Senhora das Dores, mas, este ano, com a realidade da pandemia, a celebração teve restrições, e não haverá a tradicional procissão nem as quermesses. Contudo, serão realizadas duas Santas Missas: às 10h, com o arcebispo emérito Dom Frei Alano Maria Pena; e às 18h, com o arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias.

Padre Marcelo José Monteiro da Costa, vigário paroquial da Igreja Nossa Senhora das Dores em Niterói (RJ) / Foto: Wanda da Conceição de Oliveira

“Neste tempo de pandemia, Nossa Senhora das Dores nos inspira muito ao coração, de sermos mais resilientes com as adversidades que estamos vivendo. A resiliência é maneira positiva e transcendente de olharmos as situações difíceis que enfrentamos. Maria soube estar de pé por causa de sua fé”, afirma padre Marcelo.

O sacerdote explica que Maria aprendeu o temor de Deus desde criança, com seus pais, Joaquim e Ana. “Ela aprendeu através das suas orações diárias e, com certeza, aprendeu com seu filho Jesus. De fato, foi um verdadeiro desenvolvimento humano e espiritual ao longo de sua vida. Possamos também ter esse desenvolvimento, para que a vida não nos pegue de surpresa”.

Testemunho

Aurenir Viana Lima, conhecida como Neia, conta que não era muito ligada com Nossa Senhora até que começou a frequentar um grupo de devoção mariana; logo depois, conheceu o Cenáculo do Movimento Sacerdotal Mariano. “E Ela, como Mãe especialíssima, começou a mudar a minha história, moldando-me suavemente…docemente”, lembra.

Tempos depois, ela mudou de bairro, para a Paróquia de Nossa Senhora das Dores, e a partir daí teve experiências que marcaram sua vida. Uma delas foi relacionada à conversão de uma mulher evangélica, que apareceu chorando na igreja de Nossa Senhora das Dores: o marido estava envolvido com drogas e acabou expulsando seu filho mais velho de casa.

Neia conta que marcou uma visita na casa dessa mulher para um cenáculo, um momento de oração do terço, leitura da mensagem e consagração a Nossa Senhora. No dia do encontro, esqueceu a agenda com o endereço, só lembrava o nome da rua e, sem saber como encontraria o lugar, confiou que Nossa Senhora iria mostrar o caminho. Ela testemunha que uma mulher acenou e indicou a casa certa, mulher esta que depois simplesmente desapareceu e a dona da casa afirmou que não conhecia ninguém, pois era nova no bairro.

Durante a realização do cenáculo, mais emoção: “No hora da leitura da mensagem, ela chorou muito, pois Nossa Senhora falava tudo que ela estava passando. “Resumindo: ela voltou para a Igreja Católica, as duas filhas que não eram batizadas, foram batizadas, mas o marido… continuou nas drogas e acabou expulsando ela e as filhas de casa”.

Continuando esse relato marcante envolvendo a presença de Nossa Senhora das Dores em sua vida, Neia explica que essa mulher da história acabou se separando, mas um ano depois descobriu que o agora ex-marido estava com câncer e não tinha quem cuidasse dele. Ela, as filhas e o filho expulso pelo pai voltaram para casa para cuidar dele, e Neia retornou à casa para outro momento de oração. O pai era o único que não havia voltado para a igreja católica, mas, nesse momento, pediu que Neia chamasse um padre, com quem ele se confessou e recebeu a unção dos enfermos. Poucos dias depois, ele faleceu.

“No dia que ele faleceu, ela ligou pra mim e falou: ‘Neia, estamos aqui no cemitério, só falta você trazer um padre pra encomendar o corpo!’. Era por volta das 11h30 da manhã, onde eu iria conseguir um padre? O enterro seria às 15h. Bom, na hora eu pensei: ‘Nossa Senhora, você começou a obra, agora termina! Na mesma hora, o telefone tocou: era um padre que eu não via há algum tempo e ele me disse: ‘Dona Néia, vou almoçar com a senhora hoje’. Eu falei: ‘não padre, primeiro o senhor vai encomendar um corpo, depois a gente almoça’. Nossa Senhora não faz a obra pela metade!”, testemunha.

Promessas

Santa Brígida da Suécia, nas suas revelações aprovadas pela Igreja, diz que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, todos os dias, sete ave-marias em honra de suas sete dores, meditando sobre elas. Estas são as promessas:

1) Colocarei a paz em suas famílias.
2) Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios.
3) Eu os consolarei em suas penas e os acompanharei nos seus trabalhos.
4) Eu lhes concederei tudo o que me pedirem, desde que não se oponha à vontade do meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas.
5) Eu os defenderei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e os protegerei em todos os instantes da vida.
6) Eu os assistirei visivelmente no momento da morte e eles verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
7) Obtive de meu Filho que aqueles que propagarem esta devoção sejam levados desta vida terrena à felicidade eterna diretamente, pois lhes serão apagados todos os pecados e meu Filho e eu seremos a sua eterna consolação e alegria.

Também Santo Afonso Maria de Ligório afirma que Jesus prometeu quatro graças aos que cultivarem a devoção à Nossa Senhora das Dores:

1) O devoto que invocar a divina Mãe pelos merecimentos de suas dores conseguirá, antes da morte, fazer verdadeira penitência por todos os seus pecados.
2) Nosso Senhor imprimirá nos seus corações a memória de Sua Paixão, dando-lhes o prêmio do Céu.
3) Jesus Cristo os guardará em todas as tribulações, especialmente na hora da morte.
4) Jesus os deixará nas mãos de sua mãe, para que deles disponha a seu agrado e lhes obtenha todos os favores.

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