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Em entrevista coletiva, bispos comentam Cartilha de Orientação Política

Cartilha de Orientação Política e Caderno “Encantar a política” foram apresentados na primeira coletiva de imprensa desta Assembleia Geral da CNBB

Da redação

Dom Geremias e Dom Giovani durante coletiva de imprensa desta segunda-feira, 25/ Foto: Reprodução Zoom

No primeiro dia da etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional do Brasil (CNBB), os bispos iniciaram a reflexão do tema central dessa edição “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”.

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O tema está em sintonia com o processo do Sínodo dos Bispos 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco. A sessão pela manhã aconteceu das 8h às 12h, e à tarde, começou às 14h, com previsão de conclusão para às 17h.  

Participam do evento cardeais, arcebispos, bispos diocesanos e auxiliares, coadjutores, além dos bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja que são convidados.

Atualmente, segundo os dados da Secretaria Técnica da CNBB, a Igreja Católica no Brasil possui 278 circunscrições eclesiásticas, um total de 478 bispos hoje. Desses, 317 exercendo alguma missão e função de governo pastoral mais 161 bispos eméritos. 

Coletiva de Imprensa

Na coletiva de hoje, o arcebispo de Londrina (PR), Dom Geremias Steinmetz, e o bispo de Tocantinópolis (TO), Dom Giovani Pereira de Melo, falaram, respectivamente, sobre a Cartilha de Orientação Política – elaborada pelo Regional Sul 2 da CNBB – e sobre o Caderno “Encantar a Política’.

Sobre a cartilha, Dom Geremias destacou que a cor predominante – verde – busca expressar esperança e vida. Ele frisou também a inspiração dos textos: a encíclica do Papa Francisco “Fratelli Tutti”. Segundo o arcebispo de Londrina, este documento papal trata, de certa forma, da questão política e desenvolve todo um pensamento em torno do amor político.

Na “Fratelli Tutti”, Dom Geremias afirmou que é possível compreender que não se consegue construir uma sociedade fraterna e solidária sem o amor político. “Ela [encíclica Fratelli Tutti] traz definições sobre caridade, nobreza e bem comum, além de alertar sobre formas de exercer a política que são maléficas para a sociedade”, indicou.

A cartilha, ainda de acordo com o bispo, trata também do conceito de democracia, sistema político, critérios para ser um candidato e como acompanhar e cobrar candidatos. O objetivo é conscientizar.

Segundo o arcebispo de Londrina, os eleitos precisam ser acompanhados e os cidadãos precisam buscar viver uma política em favor da vida integral. “Ninguém se salva sozinho”, pontuou Dom Geremias.

Esperança para o futuro

O bispo sublinhou que a pandemia potencializou problemas como fome, desemprego, dificuldades na educação e habitação (favelas). Por isso, a cartilha defende uma política em favor dos pobres, da ecologia integral e para os jovens.

O objetivo deste documento, explicou, é de trazer esperança para o futuro. “É possível viver a fé na política”, ressaltou. “As eleições devem nos levar a sonhar com dias melhores. O sonho de viver na prática o bem comum só é possível com o empenho de todos os eleitores”, concluiu.

“Encantar a política”

Dom Giovani explicou sobre o Caderno “Encantar a política”. Ele foi feito em conjunto com os leigos e assumido pelo Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB) em parceria com outras entidades e organismos.

Os textos buscam ajudar na formação da consciência do eleitorado brasileiro. O bispo de Tocantinópolis contou que este caderno terá mais edições e não se limitará a ser produzido apenas em 2022. “O processo de formação política do povo brasileiro tem um caminho longo a ser percorrido”, disse.

Também o “Encantar a política” teve como inspiração algumas encíclicas do Papa Francisco. São elas: Evangelii Gaudium, Laudato Si’ e Fratelli Tutti. O caderno incentiva as dioceses, arquidioceses e movimentos da Igreja a também elaborarem suas próprias cartilhas, podendo se inspirar nos textos do “Encantar a política”.

Serão impressos 30 mil exemplares desse caderno que serão enviados para as dioceses de todos o Brasil, com foco nas localizadas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O conteúdo estará disponível no site que o CNLB está criando, ainda sem data certa para ser lançado.

“O fato de privilegiarmos os exemplares físicos deste caderno para algumas regiões se deve ao fato delas sofrem com maior falta de acesso à internet”, esclareceu.

Solenidade de abertura

O dia começou às 8h, com a abertura da AG, acolhida oficial e do presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG). Na sequência, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giambattista Diquattro, falou aos bispos. 

Ainda na primeira sessão, na parte da manhã, foram apresentados o relatório da presidência, organizado pelo presidente da CNBB, e a mensagem do Papa Francisco à assembleia e aos bispos do Brasil.

Também foram apresentados uma análise de conjuntura social e as iniciativas da Igreja no Brasil para orientação dos fiéis sobre as eleições 2022.

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