Em Araraquara

Criança entra para Apostolado da Oração e iniciativa viraliza em rede social

Ana, de apenas 3 anos, recebeu fita do apostolado na sexta-feira passada; vídeo que registrou momento soma 318 mil visualizações no Facebook

Julia Beck
Da redação

Momento de entrega da fita aconteceu na Paróquia Santa Ângela, em Araraquara/Foto: Arquivo Pessoal – Amanda

O vídeo em que a pequena Ana Maria, de 3 anos, torna-se membro do Apostolado da Oração da Paróquia Santa Ângela, localizada em Araraquara, viralizou no Facebook nesta última semana. A gravação, realizada por uma amiga dos pais de Ana e divulgada pelo pároco da Igreja local, padre Helton Dias, soma 318 mil visualizações e mais de seis mil compartilhamentos na rede social.

O recebimento da fita ocorreu na sexta-feira passada, 4 de dezembro, e a sua repercussão pegou os pais de Ana, Amanda Regina Martins Marins e Fábio Aparecido Marins, de surpresa. “Para nós é uma emoção muito grande, pois não imaginávamos que isso repercutiria tanto”, comentaram. Os pais afirmam que o desejo de pertencer ao apostolado partiu de Ana.

“Há mais de um ano recebi a fita de aspirante. (…) A Ana manifestou o interesse, e quando me viu participar da Santa Missa e eu estava com a minha fita, ela pediu que eu colocasse nela. Eu disse a ela que aquela fita era minha e que chegaria o momento que ela usaria a dela também. Creio que isso tenha ficado no coração dela”, recorda Amanda.

A mãe de Ana conta que o desejo de participar do apostolado tornou-se ainda mais forte depois que a família participou de uma missa em que todas as pessoas presentes faziam parte do Apostolado da Oração.

“Durante a missa, Ana ficou prestando atenção nisso, nas pessoas que estavam com a fita. Ao final da missa, ela me perguntou quando poderia receber a fita dela, eu disse a ela que para receber a fita era preciso falar com o padre, pois somente ele poderia entregá-la”, recorda.

Uma semana depois, Amanda conta que, assim que Ana encontrou o padre Helton, falou a ele que gostaria de receber a fita do Sagrado Coração de Jesus. “O padre ficou emocionado com o pedido dela. Ele disse: ‘Olha mãe, na próxima troca das fitas você passa a sua fita de aspirante para ela’”.

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Padre Helton destaca que, desde que conheceu a menina, sempre viu nela o desejo de Deus. “Embora apenas com 3 anos, ela sempre se mostrou muito ativa na comunidade, sempre disposta a colaborar, desejando trabalhar e ajudar”, relatou. Com o pedido de Ana para integrar o apostolado, o sacerdote afirma que passou a observar os passos da pequena na comunidade.

“Os pais dela sempre a incentivaram a rezar, são ministros da Eucaristia, colaboram na equipe de festa e estão sempre presentes na comunidade, dando testemunho da alegria de servir a Deus”. Na sexta-feira passada, não foi apenas a Ana quem recebeu a fita e tornou-se membro do apostolado, Fábio, o pai da menina, também.

Vida de oração

“Nós não a forçamos a nada, ela recebeu a fita por uma iniciativa dela”, reforçam os pais de Ana. Amanda e Fábio contam que a filha sempre gostou de rezar e, muitas vezes, é ela quem chama os pais para que a família reze junto. “Muitas vezes, chegamos tarde em casa e ela não nos deixa esquecer de rezar. Rezamos sempre o Pai-Nosso e a oração do Anjo da Guarda”.

O respeito de Ana com as coisas de Deus também é um dos pontos destacados pelos pais. “Não imaginávamos que ela receberia a fita dessa forma. Percebemos o respeito que viveu o momento, aguardando a sua vez na fila para receber a fita. Ela se portou como uma pessoa que entende o significado, ela sabe a importância”.

Juntas, Amanda e a filha Ana agora integram o Apostolado da Oração/ Foto: Arquivo Pessoal – Amanda

Amanda relata que a gestação da pequena foi muito difícil. “Passei os nove meses de cama e eu acredito que esse despertar da Ana para a oração vem desde a gestação, porque sempre a consagrei a Nossa Senhora”. A menina foi batizada com 30 dias de vida e, ainda bebê, sempre foi com os pais à missa.

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“Quando nos mudamos para Araraquara, o padre Helton havia acabado de assumir a paróquia e nos recebeu muito bem. Hoje, a Ana tem amigos na Igreja e ela se sente à vontade aqui. É natural para a Ana participar da paróquia, quem a conhece sabe que ela canta na missa, sabe as respostas da liturgia, sabe rezar o cordeiro. Ela vem à missa e de fato participa dela”.

Atividades do Apostolado

Padre Helton explica que Ana irá, juntamente com os outros membros do Apostolado da Oração, viver uma vida ativa de oração. “Ela já vive isto, a Ana reza como gente grande. A Ana reza pelo Papa, pelos padres. A Ana se envolve com os outros membros mais velhos do Apostolado da Oração”, comenta o sacerdote.

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Amanda e Fábio revelam que, atualmente, com a pandemia da covid-19, a família tem rezado em casa. Os pais afirmam que explicam a Ana o que significa o apostolado e rezam pelas intenções do Papa. “Todos os meses, a começar por esse, quero explicar para ela qual é a intenção do Papa para aquele mês para que não seja uma oração automática. Esse mês, antes dela receber a fitinha, já estava rezando comigo”, conta Amanda.

Quando as atividades forem retomadas, os pais desejam participar com a menina das adorações e gestos concretos geralmente promovidos pelo Apostolado da Oração.

Ana no colo de seu pai, ambos receberam a fita do apostolado na sexta-feira passada/ Foto: Arquivo Pessoal – Amanda

Com o recebimento da fita, a menina é o membro mais jovem do apostolado. “Vemos realizada aquela palavra que diz: ‘Deus não manifesta os mistérios do Reino aos letrados e entendidos, mas manifesta isso aos pequeninos, aos simples’. Também recordo aquela passagem que Jesus fala: ‘Deixe-me vir as criancinhas porque delas é o Reino dos céus’”.

As crianças, reforça padre Helton, com pureza, inocência e tranquilidade agradam a Jesus com as suas palavras cheias de sensibilidade e delicadeza.

Incentivando crianças e jovens a participarem das atividades da Igreja

Aos pais que têm criança pequena e filhos adolescentes, padre Helton aconselha a incentivá-los a participarem das atividades da Igreja. “Mostrar a eles a alegria que é servir à comunidade, servir à Igreja, doar um pouco do seu tempo pelo Reino de Deus”, frisou.

Além dos pais, padre Helton reforça que os sacerdotes têm um papel fundamental neste incentivo, o de acolher as crianças e os jovens, ser presente, agradável, orientar e conversar com os pais. “É nosso papel ir modelando as crianças para que cresçam retamente no caminho do Senhor”.

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“Acolham as crianças, envolvam-nas nas atividades pastorais. Isso é de grande riqueza, pois desperta em outras crianças o desejo de ser Igreja. Se as crianças crescem aos pés de Jesus no sacrário e ao lado da Virgem Maria, com certeza darão testemunho ao mundo do que é ser de Cristo. Serão homens e mulheres que darão um verdadeiro testemunho do que é ser instruído pela verdade do Evangelho”.

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