Homilia

Cardeal Parolin em Camarões: Papa pede para vocês o consolo do Senhor

Proximidade e preocupação do Papa com Camarões e o continente africano foi tema da homilia do cardeal Pietro Parolin; Missa contou com a imposição do Pálio ao arcebispo de Bamenda

Da redação, com Vatican News

“O Papa está bem consciente das dificuldades que vocês experimentaram nos últimos anos e que ainda estão vivendo: ele, especialmente para aqueles que foram vítimas da violência ou que, nesta crise, perderam amigos e entes queridos”. Foi o que disse o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, durante a homilia por ocasião da imposição do Pálio a Dom Andrew Nkea Fuanya, arcebispo de Bamenda, expressando a proximidade do Papa Francisco para com o povo dos Camarões e, mais em geral, ao continente africano, uma terra rica em humanidade mas marcada por tanto sofrimento. O Papa, acrescentou o cardeal, “une-se ao desejo de paz e reconciliação que se eleva desta amada e maravilhosa terra em direção a Deus”.

Reconciliação, compaixão, acolhida

O cardeal Parolin chegou aos Camarões na última quinta-feira, 28, acompanhado por monsenhor Ivan Santus, funcionário da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado. A sua viagem é uma viagem que pretende ser um sinal concreto desse compromisso comum, em solidariedade e participação, para proteger e promover a dignidade e o bem de todos e interessar-se pela compaixão, reconciliação e cura, respeito e acolhimento, especialmente no contexto da atual emergência humanitária do coronavírus.

Em comunhão com o Papa

“O Pálio”, explicou o secretário de Estado durante a missa na Catedral de Bamenda, “é um símbolo de um vínculo especial de comunhão com o Papa: tecido com a lã de cordeiros abençoados por ele na festa de Santa Inês, evoca a figura do Bom Pastor, que vai em busca da ovelha perdida, colocando-a sobre seus ombros”. Representa o poder que o arcebispo exerce na Província Eclesiástica, em comunhão com o Sumo Pontífice. É um sinal rico de significado, que inaugura com força o mandato de cada novo arcebispo: seu novo ministério é colocado desde o início sob o sinal da comunhão, na obediência e união com o Santo Padre e na partilha com seus coirmãos Bispos”.

Com o Evangelho no bolso

O cardeal salientou que enquanto muitas vozes ressoam e giram ao redor; enquanto muitas querem atuar como mestres, é preciso dar um peso único à Palavra de Cristo, que é a Palavra que não passa: “Por esta razão, o Papa, em várias ocasiões, nos convidou a levar conosco um pequeno livro do Evangelho”. O Evangelho no bolso não é um slogan, mas um programa espiritual”.

“Jesus quer o bem do homem e, portanto, liberta-o do Mal”, indicou o cardeal. “Jesus é capaz de operar uma libertação total precisamente através de sua simples e poderosa Palavra: Saia dele! Não fórmulas mágicas; nem mesmo gestos estranhos: é Sua Palavra que é extremamente eficaz”. O secretário de Estado sublinhou que “o Mal existe e Cristo é capaz de derrotá-lo”. Cabe a nós exercitar-nos, todos os dias, neste combate “.

Serenidade e vigilância

O cardeal Parolin evocou então o ensinamento do apóstolo Paulo, indicando dois termos preciosos que devem marcar o caminho espiritual de cada pessoa: serenidade e vigilância: “serenidade porque com Cristo somos vitoriosos, na adesão a Ele através da oração e da vida sacramental; vigilância para que possamos discernir o Mal onde ele se encontra, começando pelo nosso próprio coração”.

A semente da esperança

Dirigindo-se aos fiéis, ele os exortou a se oporem à violência, às divisões e às lutas fratricidas que afligem esta terra: “aquele que luta contra o mal que habita em seu coração, torna-se portador do bem e da paz em sua família, entre seus amigos, em sua comunidade: e assim se torna uma semente de esperança para todos”.

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Evitando o risco do orgulho espiritual

O secretário de Estado concluiu sua homilia lembrando que depois de dois mil anos, maravilhar-se e se questionar diante do Senhor Jesus são atitudes preciosas a serem conservadas com cuidado: “nunca devemos parar de refletir sobre este Mistério para evitar o risco do orgulho espiritual, daqueles que estão convencidos de que já sabem tudo sobre Jesus, sem perceber que Ele é sempre maior do que podemos compreender humanamente. Nunca devemos deixar de nos maravilhar com o Mistério fundamental de nossa fé cristã: o do Filho de Deus que se fez homem para nossa libertação”.

Muitos fiéis quiseram participar da missa na Catedral de Bamenda, sinal de afeto pelo arcebispo Fuanya e de alegre comunhão com o Papa representado por seu secretário de Estado.

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