FIM À GUERRA

Bispos de Mianmar pedem fim de conflitos e investem na paz

Em um comunicado oficial, a Conferência Episcopal Católica de Mianmar (CBCM) lamenta o contínuo conflito no país em meio à pandemia de Covid-19

Da redação, com Vatican News

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante encontro no Conselho de Segurança sobre a Síria/ Foto: Manuel Elias – ONU

Os bispos católicos de Mianmar lamentam os conflitos no país, apesar do apelo do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, e do Papa Francisco para que as hostilidades acabem durante a pandemia causada pela Covid-19.

Os bispos apelaram ao governo e aos grupos armados para cessarem todas as hostilidades, retornarem à mesa de negociações e investirem na paz para ajudar o povo que sofre.

No comunicado oficial da CBCM, publicado nesta segunda-feira, 29, os bispos lamentam os contínuos conflitos em Kachin, Shan, Kayin e Rakhine e afirmam que o conflito gerou quase 250 mil pessoas deslocadas internamente.

O apelo dos bispos ocorre quando moradores de mais de 40 vilarejos de Rakhine continuam seu êxodo uma semana após o governo do estado avisar os moradores da cidade de Rathedaung para ficarem longe de suas casas enquanto os militares planejavam uma ofensiva contra os rebeldes do conhecido Exército de Arakan.

No comunicado, os bispos observaram que “as pessoas que vivem nos campos de deslocados internos são mais vulneráveis e seus direitos devem ser respeitados”. “Qualquer tipo de apropriação de terras”, disseram os religiosos, “não deve ser estendido às terras dos deslocados internos e as propriedades confiscadas devem ser restauradas aos legítimos proprietários”.

Fome, chuva e Covid-19

Descrevendo particularmente a situação do povo em Rakhine é “de cortar o coração”, como observaram os bispos da CBCM. O conflito colocou milhares de pessoas inocentes e famílias deslocadas em “risco de fome”.

A estação chuvosa e a pandemia causada pelo Covid-19 estão piorando a situação e o “o acesso humanitário provou ser um grande desafio”, afirmaram os bispos no comunicado oficial. “O governo de Mianmar e as Forças Armadas de Mianmar são sinceramente solicitados a levar em consideração suas responsabilidades pelos direitos de todos os cidadãos de Mianmar, observando o Direito Internacional Humanitário para garantir o acesso a todos os deslocados internos”, reiteraram.

A paz é o único caminho

“A nova ameaça do Covid-19 exige que estejamos unidos em paz”, disseram os bispos. “A paz é o antídoto”, ressaltaram. Para os bispos, as próximas eleições oferecem uma grande esperança de que a participação política representativa seja o único caminho a seguir. “A paz é possível, a paz é o único caminho”, finalizaram.

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