24 horas para o Senhor

Adorar a Deus e viver o sacramento da reconciliação, indica bispo

Na missa que deu início às “24 horas para o Senhor” no Santuário do Pai das Misericórdias, Dom Wladimir reforçou que a iniciativa é oportunidade para os fiéis fortalecerem a caminhada quaresmal

Julia Beck
Da redação

Dom Joaquim Wladimir /Foto: Larissa Ferreira

A iniciativa do Papa Francisco “24 horas para o Senhor” teve início no Santuário do Pai das Misericórdias – localizado na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), nesta sexta-feira, 17. A abertura aconteceu na missa presidida às 7h pelo bispo da diocese de Lorena, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias.

O bispo reforçou que o objetivo principal da iniciativa é que os católicos dediquem 24 horas para o Senhor na Quaresma. “Com o Senhor queremos fortalecer a nossa caminhada quaresmal”, disse. Retirar-se em oração, em silêncio, em adoração ao santíssimo e vivenciar intensamente o sacramento da confissão foram indicações de Dom Wladimir.

Em Roma, o Papa Francisco presidirá a celebração penitencial às 16h30 (hora local), na paróquia de Santa Maria delle Grazie al Trionfale, na Praça Santa Maria das Graças. A celebração será transmitida a partir das 12h20 (horário de Brasília), não só pela TV Canção Nova, mas também pela Rádio Canção Nova. 

O essencial é o Senhor

“Volta, Israel, para o Senhor, teu Deus, porque estavas caído em teu pecado” (Os 14,2). O trecho do livro do profeta Oséias foi citado por Dom Wladimir durante a homilia. Ele frisou que a Quaresma é o tempo favorável para regressar ao essencial, reconciliar-se com Deus e reascender o fogo do Espírito Santo que habita entre as cinzas da fragilidade humana.

Regressar ao verdadeiro sentido da vida, de acordo com o bispo, é colocar em prática aquilo que Jesus pediu: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Sobre a primeira parte do pedido de Jesus, Dom Wladimir comentou: “O Senhor nosso Deus é o único Senhor. (…) O essencial é o Senhor”.

Para o bispo, é preciso regressar à verdade e recordar que as cinzas, impostas sobre a cabeça dos fiéis no início da Quaresma, recordam quem os homens são e de onde vieram. Dom Wladimir frisou que a verdade fundamental da vida é: só o Senhor é Deus e todos são obras de suas mãos.

“Temos a vida enquanto Ele é vida. Ele é o criador e nós somos barro moldado em suas mãos. Viemos da terra e precisamos do céu, precisamos Dele porque com Deus ressurgiremos das cinzas, sem Ele somos pó”.

Celebração da iniciativa “24 horas para o Senhor” no Santuário do Pai das Misericórdias/ Foto: Larissa Ferreira

Regressar a Deus e aos irmãos

Além de regressar a Deus, Dom Wladimir exortou os católicos a darem um segundo passo, que é o de regressar aos irmãos. “Ao voltarmos à verdade daquilo que somos, percebemos que nosso eu não se basta”, disse.

“Existimos graças às relações. A relação primordial é com Deus e depois precisamos das relações com as demais pessoas”, prosseguiu. O bispo sublinhou que a Quaresma é o tempo propício para renovar a relação com Deus e com os irmãos.

O tempo é propício também para que os fiéis se libertem da “falsa fortaleza do eu fechado, do egoísmo”. “Quebrar as cadeias do individualismo e voltar a descobrir, através do encontro e da escuta, a pessoa que caminha diariamente ao nosso lado. Aprender novamente a amá-la como ela é, como irmão”, sugeriu.

Sacramento da reconciliação

A iniciativa “24 horas para o Senhor” incentiva a adoração eucarística e a vivência do sacramento da reconciliação. Ao comentar sobre a confissão, o bispo pediu aos fiéis que não se desesperem por vergonha de seus pecados, por acharem que não existe saída.

“Devemos procurar a Deus, o sacramento da reconciliação é a saída. Deus sabe do que somos formados e não se esquece que somos pó da terra”.

Leia também
.: Sacramento da reconciliação aproxima fiéis da misericórdia do Pai

Jejum, oração e caridade

O bispo destacou também as três práticas que são os pilares da Quaresma: jejum, oração e caridade. O jejum é renunciar com alegria ao que é supérfluo, lembrou o bispo. “Torna-nos mais livres e nos faz voltar para a verdade de nós mesmos”, complementou.

A oração transparece a necessidade de voltar ao desejo de intimidade, de encontro com Deus. “O momento de oração é de escuta do Senhor, de silêncio e de intimidade”. Já a caridade, comentou o bispo, manifesta a compaixão por quem passa necessidade. “Ajuda-nos a voltar para o outro”.

Ainda sobre a caridade, Dom Wladimir recordou a Campanha da Fraternidade (CF) – que esse ano tem como tema: “Fraternidade e fome”. Segundo o bispo de Lorena, viver na prática a campanha é um exercício de conversão social e reflexão sobre o flagelo da fome.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo