Misericórdia e esperança

Via Sacra: Francisco reza por aqueles que estão nas prisões

As meditações das 14 estações da Via Sacra foram escritas por presidiários de Pádua, Itália, e pessoas ligadas ao Cárcere “Due Palazzi”

Da Redação, Liliane Borges

Papa medita as estações da Via Sacra/ Foto: Andrew Medichini/Pool via REUTERS

O Papa Francisco presidiu, nesta sexta-feira, 10, a  Via-Sacra no Sagrado da Basílica Vaticana. Tradicionalmente, a devoção à via dolorosa de Cristo é celebrada no Coliseu pelo Papa, desde o pontificado de João Paulo II. Devido ao isolamento social, para evitar o contágio do coronavírus, a celebração foi realizada na Basílica São Pedro. Portanto, também sem a presença dos fiéis e peregrinos.  

Os textos lidos na Via-Sacra foram elaborados neste ano por detentos da Prisão ‘Due Palazzi’ de Pádua, pela família de um dos presos, por um juiz, a mãe de um detento, um catequista, um policial, um frei voluntário e por um sacerdote que foi acusado injustamente e depois absolvido. 

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Papa Francisco em oração próximo ao Crucifixo da Igreja de São Marcelo / Foto: REUTERS/Yara Nardi

As 14 estações foram conduzidas por dois grupos de cinco pessoas, com tochas nas mãos e  a cruz.  O caminho teve início no centro da Praça São Pedro, diante do obelisco. Diante do sagrado da Basílica foi colocado o “Crucifixo Milagroso” da Igreja de São Marcelo, utilizado também na Celebração da Paixão, presidida pelo Papa. 

Marcante, a primeira estação, que medita a condenação de Jesus, foi escrita por um prisioneiro condenado à morte. Ele partilha suas memórias da prisão e afirma que foi sua detenção a sua salvação: “Aquele Homem que foi condenado na prisão, como eu (Jesus), veio até mim, na minha prisão”. 

Em outra meditação, um prisioneiro recorda o seu retorno ao cárcere após cumprir toda a pena do primeiro crime. Conta que cometeu um homicídio e,  preso pela segunda vez, teve seu encontro com a misericórdia divina por meio das pessoas que o ajudaram na prisão.

E deste modo, em cada meditação um testemunho de uma pessoa que se encontra presa, um familiar,  pessoas que se dedicam à evangelização no cárcere ou no auxílio jurídico. 

Na última estação, a décima quarta,  a cruz foi carregada pelo Papa e a meditação feita por um agente penitenciário que recordou que em “Deus, o pecado não tem a última palavra”, e portanto, aqueles que vivem em situação de cárcere podem ter esperança.

Meditação da Via Sacra tem início no obelisco da Praça São Pedro /Foto: Andrew Medichini/Pool via REUTERS

Ao concluir a Via Sacra, antes da bênção, Francisco fez uma breve oração, pedindo a Cristo, “eterna luz e dia sem o pôr do sol, plenifica dos teus bens aqueles que se dedicam ao seu louvor e ao serviço de quem sofre nos inúmeros lugares de dor humana”.

 

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