erradicação da fome

Somos uma só família, todos devem ter água e alimento, afirma Papa

Vídeo que reúne apelos do Papa pela erradicação da fome foi divulgado na conclusão da pré-cúpula da ONU sobre sistemas alimentares

Da redação, Vatican News

Papa Francisco /Foto: Daniel Ibanez – CNA

O Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, juntamente com a Comissão Vaticana Covid-19, reuniu em vídeo vários apelos do Papa Francisco pela erradicação da fome. O conteúdo foi divulgado durante a pré-cúpula da ONU sobre sistemas alimentares. O evento foi concluído nesta quarta-feira, 28.

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No vídeo, Francisco afirma que a fome no mundo é um problema de todos. Segundo o Pontífice, derrotá-la é um imperativo moral global. Todavia, ele aponta que jamais será um objetivo verdadeiramente alcançável se a luta contra a fome não incluir também a proteção do meio ambiente e, sobretudo, se a “família humana” continuar a ter filhos legítimos e ilegítimos, alguns com excesso de alimentos disponíveis e muitos outros com a barriga vazia. 

 Produzir e consumir de maneira diferente

Trechos de vários discursos do Papa estão presentes no vídeo. O que é mais marcante é a fluidez que os faz parecer considerações de um único discurso. O fato é uma demonstração da consistência com que o Santo Padre abordou os “nós” de uma questão tão complexa como a mudança dos sistemas alimentares.

Foi em novembro de 2014 quando ele declarou na sede da FAO que “o direito à alimentação só será garantido se estivermos preocupados com seu verdadeiro sujeito, ou seja, a pessoa que sofre os efeitos da fome e da desnutrição”.

Com a consequência, o Pontífice disse, de sermos chamados “a propor uma mudança no estilo de vida, no uso dos recursos, nos critérios de produção e também no consumo”.

O tormento da escassez de alimentos

Portanto para o Papa, “não é suficiente produzir alimentos, mas também é importante assegurar que os sistemas alimentares sejam sustentáveis e ofereçam dietas saudáveis e acessíveis a todos” (Mensagem para o Dia da Alimentação 2020).

A partir desse discurso vem uma citação de João Paulo II e do seu “paradoxo da abundância” enunciado em 1992 na Conferência Internacional sobre Nutrição. Um paradoxo para o qual – resume Francisco – “há alimentos para todos, mas nem todos podem comer” (Mensagem em vídeo para a Expo de Ideias – fevereiro 2015).

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Morrer de fome, reforça o Santo Padre, é uma das piores maneiras de se ser despojado da dignidade: “Quantas mães e pais ainda hoje – perguntava-se Francisco na audiência geral de 27 de março de 2019 – vão dormir com o tormento de não ter pão suficiente para seus filhos no dia seguinte”.

O cuidado é a mudança de rumo

O vídeo conclui com um apelo. Francisco lembra que “os nossos irmãos e irmãs mais pobres e a nossa mãe terra gemem pelos danos e injustiças que causamos e reclamam outro rumo. Reclamam de nós uma conversão, uma mudança de rumo: cuidar também da terra, da criação” (Audiência Geral 16 de setembro de 2020).

A isto se segue uma oração que, em certo sentido, amplia uma passagem do Pai Nosso. “Pai, faz com que para nós e para todos, hoje, haja o pão necessário”. E “pão” significa água, medicamentos, casa, trabalho… Pedir o necessário para viver” (Audiência geral 27 de março de 2019).

O vídeo é concluído com o Papa recordando o slogan da Campanha lançada pela Cáritas em 2013 : “Uma só família humana, alimentos para todos”.

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