Discurso no Vaticano

Uma sociedade é “civil” se reconhece o valor da vida humana, diz Papa

Papa falou a participantes de plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, reunião que se concentra no cuidado às pessoas em fases críticas e terminais da vida

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

A vida humana é sempre digna de máxima consideração e a sociedade merece a qualificação de civil quando reconhece esse valor e se coloca contra a cultura do descarte. Essas foram palavras do Papa Francisco nesta quinta-feira, 30, aos membros e colaboradores da Congregação para a Doutrina da Fé reunidos em assembleia plenária.

Essa reunião da congregação se concentra no cuidado às pessoas nas fases críticas e terminais da vida. Francisco observou que o atual contexto sócio-cultural está desgastando a consciência sobre o que torna a vida preciosa. Cada vez mais essa é avaliada em razão de sua eficiência e utilidade, a ponto de considerar “vidas descartadas” ou “vidas indignas” aquelas que não respondem a tal critério.

“Uma sociedade merece a qualificação de ‘civil’ se desenvolve os anticorpos contra a cultura do descarte; se reconhece o valor intangível da vida humana; se a solidariedade é praticada e protegida como fundamento de convivência”, destacou o Santo Padre.

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Citando um trecho da sua mensagem para o Dia Mundial do Enfermo em 2020, Francisco recordou que, quando a doença bate à porta, aflora a necessidade de ter alguém próximo, que olhe nos olhos, segure a mão, manifeste ternura e cuidado, como o Bom Samaritano da parábola do Evangelho.

“O exemplo do Bom Samaritano ensina que é necessário converter o olhar do coração, porque mutias vezes quem olha não vê. Por que? Porque falta a compaixão”, afirmou o Papa, destacando a necessidade de criar, em torno da pessoa doente, uma plataforma humana de relações, de forma a favorecer o cuidado médico e ao mesmo tempo abrir à esperança.

“A abordagem relacional – e não meramente clínica – com o doente, considerado na unicidade e integralidade da sua pessoa, impõe o dever de nunca abandonar ninguém na presença de males incuráveis. A vida humana, por motivo de seu destino eterno, conserva todo o seu valor e toda a sua dignidade em qualquer condição, mesmo de precariedade e fragilidade, e como tal é sempre digna de máxima consideração”.

Francisco encorajou o trabalho dos centros de cuidados paliativos, onde os doentes terminais são acompanhados com apoio médico, psicológico e espiritual, para que possam viver com dignidade a fase final de sua vida terrena. “Desejo que tais centros continuem a ser lugares nos quais se pratica com empenho a ‘terapia da dignidade’, alimentando assim o amor e o respeito à vida”.

O Santo Padre agradeceu pelo trabalho da congregação na promoção e proteção da integridade da doutrina católica sobre fé e a moral. “Agradeço a todos vocês, membros e colaboradores da Congregação para a Doutrina da Fé, pelo precioso trabalho que desenvolvem. Invoco sobre vocês a abundância das bençãos do Senhor e vos peço, por favor, para rezarem por mim”.

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