25 de abril

São José é modelo e guardião das vocações, diz Papa em mensagem

Em mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Papa exalta exemplo de José

Da redação, com Boletim da Santa Sé

guardião das vocações

São José é modelo e guardião das vocações, afirmou o Papa./ Foto: Canção Nova

O Papa Francisco enviou, nesta sexta-feira, 19, sua mensagem por ocasião do Dia Mundial de Oração pelas Vocações. A data foi instituída por Paulo VI, em 1964, e é celebrada no quarto domingo da Páscoa, que neste ano cairá no dia 25 de abril.

Na mensagem publicada hoje, dia de São José, Francisco relembrou o exemplo do pai de Jesus para todas os vocacionados. O Papa confiou as vocações ao cuidado paternal de José, ao seu coração manso e ao seu ser totalmente doado a Deus. E aproveitou para falar da vida ordinária deste “grande santo” que “alcançou algo extraordinário aos olhos de Deus”.

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Exemplo de José

Nos Evangelhos não há suas palavras, mas há seu coração que fala e que o Senhor vê e escolhe.

“Deus, em São José, reconheceu um coração de pai, capaz de dar e gerar vida na vida cotidiana”, escreveu Francisco. Assim, as vocações geram e regeneram a vida todos os dias.

O Papa afirmou que o Senhor deseja moldar o coração dos pais, o coração das mães: corações abertos, capazes de grandes impulsos, generosos na doação, compassivos em consolar as ansiedades e firmes em fortalecer as esperanças.

“O sacerdócio e a vida consagrada precisam disso, especialmente hoje, em tempos marcados pela fragilidade e pelo sofrimento também pela pandemia, que tem suscitado incertezas e temores sobre o futuro e o próprio sentido da vida. São José vem ao nosso encontro com sua mansidão, como um santo vizinho; ao mesmo tempo, seu forte testemunho pode nos guiar no caminho.”

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O sonho

A reflexão do Papa se divide em três palavras-chave. A primeira é “sonho”. Termo indissoluvelmente ligado ao amor, porque é aí que se encontra a verdadeira realização da vida e onde se revela o mistério.

“A vida, de fato – frisa Francisco -, só se tem se você der, só a tem realmente se doar-se plenamente”. São José fez da sua vida um dom, graças aos sonhos que lhe mostraram o caminho.

O Papa lembrou que São José deixou-se guiar pelos sonhos sem hesitar, porque seu coração estava voltado para Deus, já estava voltado para Ele. Seu “ouvido interno vigilante” só precisava de um pequeno aceno de cabeça para reconhecer sua voz.

Uma dica que se transforma em um apelo, porque Deus não gosta de se revelar espetacularmente, forçando a nossa liberdade. A sua maneira de falar é com mansidão.

“Não nos atinge com visões brilhantes, mas dirige-se delicadamente à nossa interioridade, tornando-se íntimo de nós e falando-nos através dos nossos pensamentos e sentimentos.”

José responde aos quatro sonhos com coragem, seguindo a vontade de Deus que acaba por ser vitoriosa. Mas José não é um homem resignado, é uma acolhida ativa, um protagonismo corajoso e forte.

“Não há fé sem risco. Só entregando-se com confiança à graça, deixando de lado os próprios programas e confortos, se diz realmente “sim” a Deus. E todo “sim” dá frutos, porque segue um plano maior, do qual só vemos detalhes, mas que o divino Artista conhece e realiza, para fazer uma obra-prima de cada vida.

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O serviço

O outro aspecto diz respeito ao serviço que marca o itinerário de São José e a vocação, e que vem de um amor livre de posse. O Papa sublinha “o sentido da vida que se doa”, o amadurecimento do dom de si que se torna “um sinal da beleza e da alegria do amor”.

Francisco enfatiza a capacidade de José de não desanimar, de enfrentar novas situações sem reclamar, a vontade de quem vive para servir.

“Pode-se dizer que foi a mão do Pai Celestial estendendo a mão para Seu Filho na Terra. Portanto, ele só pode ser modelo para todas as vocações que a isso são chamadas: ser as mãos trabalhadoras do Pai para os seus filhos e filhas.”

O cuidado

Mãos que cuidam e guardam o que há de mais precioso. O Papa diz que a vocação de José é vitoriosa. O testemunho de uma vida tocada pelo amor de Deus, que faz de São José o “guardião das vocações”.

“Que belo exemplo de vida cristã oferecemos quando não perseguimos obstinadamente as nossas ambições e não nos deixamos paralisar pela nossa saudade, mas cuidamos daquilo que o Senhor, através da Igreja, nos confia! Então, Deus derrama seu Espírito, sua criatividade sobre nós; e faz maravilhas, como em José”.

Fidelidade

As suas mãos de carpinteiro trazem a paciência de dádiva, medita, pondera. Não se deixa dominar pela pressa – escreve o Papa – não cede à tentação de precipitar-se decisões, ele não condescende com o instinto e não vive instantaneamente.

É um exercício de fidelidade que vale também para as vocações. De fato é a forma de amadurecê-las, no apego a Deus mesmo que tenha medo. “Não tenhas medo”: o Senhor disse a José. E Francisco fala a todos os vocacionados:

“Não tenhas medo: são estas as palavras que o Senhor dirige também a ti, querida irmã, e a ti, querido irmão, quando, apesar das incertezas e das hesitações, sentes o desejo de dar a tua vida a Ele, que não é mais postergável. Se repete quando, onde quer que você esteja, talvez em meio a provações e mal-entendidos, você se esforça para seguir Sua vontade todos os dias. Essas são as palavras que você redescobre quando, ao longo do caminho da chamada, você retorna ao seu primeiro amor. São as palavras que, como refrão, acompanham quem diz sim a Deus com uma vida como São José: na fidelidade todos os dias .”

Francisco sublinha que essa fidelidade é o segredo da alegria de quem guarda o que importa: a proximidade fiel de Deus e do próximo. O Papa finalizou a mensagem desejando que este sentimento prevaleça nos seminários, institutos religiosos e casas paroquiais:

“É a alegria que vos desejo a vós, irmãos e irmãs que generosamente fizestes de Deus o sonho da vida, para servi-Lo nos irmãos e irmãs que vos estão confiados, através duma fidelidade que em si mesma já é testemunho, numa época marcada por escolhas passageiras e emoções que desaparecem sem gerar a alegria. São José, guardião das vocações, acompanhe-vos com coração de pai!”

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