Mensagem

Papa propõe caminhos para a paz duradoura: diálogo, educação, trabalho

Vaticano apresentou hoje a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, que apresenta três caminhos para a paz

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco / Foto: REUTERS /David Cerny

Instrumentos para construir uma paz duradoura. Este é o cerne da mensagem do Papa Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz, que será celebrado em 1º de janeiro de 2022. O texto foi divulgado nesta terça-feira, 21, pela Santa Sé. Francisco destaca três caminhos: diálogo, educação e trabalho.

Apesar dos esforços, ainda aumenta o ruído de guerras e conflitos, observa o Papa. Realidade somada aos efeitos da pandemia, das mudanças climáticas, da degradação ambiental e do agravamento da fome.

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.: Íntegra da mensagem do Papa

Como caminhos para a construção de uma paz duradoura, Francisco propõe o diálogo entre as gerações, educação e trabalho. “São três elementos imprescindíveis para tornar ‘possível a criação dum pacto social’, sem o qual se revela inconsistente todo o projeto de paz”, defende.

Diálogo entre gerações

No primeiro ponto, o Papa destaca a confiança recíproca como base para o diálogo. Dialogar é ouvir um ao outro, explica, confrontar posições e caminhar juntos. “Favorecer tudo isto entre as gerações significa amanhar o terreno duro e estéril do conflito e do descarte para nele se cultivar as sementes duma paz duradoura e compartilhada”.

As crises contemporâneas, segundo o Papa, revelam a urgência ainda maior da aliança entre as gerações. Se, por um lado, os jovens precisam da sabedoria dos idosos, estes precisam do apoio, carinho, criatividade e dinamismo dos jovens.

Nesse ponto o Papa também menciona o cuidado com a casa comum, já que o próprio meio ambiente é um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir para a seguinte. Assim, deve-se apreciar e encorajar os jovens que se empenham por um mundo mais justo e atento a essa necessidade.

Instrução e educação como motores da paz

Refletindo sobre o aspecto da educação, Francisco constata a diminuição, nos últimos anos e em nível mundial, do orçamento para a educação. No entanto, este é um vetor primário para o desenvolvimento humano integral. “Instrução e educação são os alicerces duma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso”.

“Instrução e educação são os alicerces duma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso.”

Ao contrário disso, aumentaram as despesas militares, observa o Papa. O Pontífice defende que os governantes elaborem políticas econômicas para inverter esta correlação. E isso porque o desarmamento internacional só traz benefícios para os povos e nações, destaca.

Francisco pede que o investimento na educação seja acompanhado pelo empenho na promoção da cultura do cuidado. Ele explica que um país cresce quando suas diversas riquezas culturais estão em diálogo. Por isso mesmo, é preciso um pacto educativo global para e com as novas gerações.

Promover e assegurar o trabalho constrói a paz

No último tópico da mensagem, o Papa destaca que o trabalho é um fator indispensável para construir e preservar a paz. “O trabalho é o lugar onde aprendemos a dar a nossa contribuição para um mundo mais habitável e belo”.

Francisco não deixa de considerar como a pandemia de covid-19 agravou a situação do mundo do trabalho. Em especial, cita o impacto devastador da crise na economia informal, que muitas vezes envolve os trabalhadores migrantes. O apelo do Papa é pela ampliação das oportunidades de trabalho digno.

“Como é urgente promover em todo o mundo condições laborais decentes e dignas, orientadas para o bem comum e a salvaguarda da criação!”

“Como é urgente promover em todo o mundo condições laborais decentes e dignas, orientadas para o bem comum e a salvaguarda da criação! É necessário garantir e apoiar a liberdade das iniciativas empresariais e, ao mesmo tempo, fazer crescer uma renovada responsabilidade social para que o lucro não seja o único critério-guia”.

O Santo Padre agradece a todos que estão se empenhando neste tempo de pandemia, seja para garantir a instrução, cuidados médicos ou dar apoio econômico às famílias. “E asseguro, na minha oração, a lembrança de todas as vítimas e suas famílias”.

Por fim, o apelo a todos para um caminho conjunto nesta via: do diálogo, da educação e do trabalho. “Oxalá sejam cada vez mais numerosas as pessoas que, sem fazer rumor, com humildade e tenacidade, se tornam dia a dia artesãs de paz. E que sempre as preceda e acompanhe a bênção do Deus da paz!”.

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