Homilia

Papa preside Missa em Milão na solenidade da Anunciação do Senhor

Papa elencou pontos-chave para que se possa acolher, a exemplo de Maria, a missão confiada por Deus

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa preside Missa em sua visita pastoral a Milão, na Itália / Foto: Reprodução CTV

Na Solenidade da Anunciação do Senhor, neste sábado, 25, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa no Monza Park, em Milão, onde realiza uma visita pastoral de um dia. Na homilia, o Papa exaltou o exemplo de Maria que acolheu a missão que lhe foi confiada por Deus e elencou três pontos-chave para que cada um possa fazer o mesmo nos dias de hoje.

Para Francisco, o anúncio do anjo a Maria é um trecho cheio de vida, que à luz de outro anúncio – do nascimento de João Batista – mostra o que Deus dá à humanidade em seu Filho Jesus. Francisco destacou que é o próprio Deus que toma a iniciativa e trata de se inserir, como fez com Maria, nas casas, nas lutas cotidianas. “Dentro das nossas cidades, escolas, praças e hospitais que se realiza o anúncio mais belo que se pode ouvir: alegra-te, o Senhor está contigo. Uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade, misericórdia para todos”.

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O Santo Padre considerou que o ritmo vertiginoso ao qual a sociedade está submetida acaba por roubar a esperança e alegria, tornando as pessoas insensíveis em meio aos desafios. Paradoxalmente, refletiu o Papa, quando tudo se acelera para construir, em teoria, uma sociedade melhor, não se tem tempo para nada e ninguém.

Francisco propôs, então, uma reflexão: como viver a alegria do Evangelho hoje nas nossas cidades? Ele citou três chaves que o anjo oferece a Maria para que se possa aceitar a missão que é confiada por Deus. A primeira delas é invocar a memória. O anjo abre o presente de Maria à história da salvação. “Maria é filha da Aliança, nós somos chamados a fazer memória, olhar o passado para não esquecermos de onde viemos”.

Multidão reunida para a Missa com o Papa Francisco em Milão / Foto: Reprodução CTV

A segunda chave é a consciência sobre a pertença ao povo de Deus. A memória permite que Maria veja sua pertença ao povo de Deus, explicou o Santo Padre, assim como faz os homens de hoje recordarem que são membros do povo de Deus, um povo multicultural, multiétnico, chamado a acolher as diferenças e integrá-las com respeito. “Um povo que não tem medo de acolher quem precisa porque sabe que ali está presente o seu Senhor”

A terceira e última chave é a possibilidade do impossível. Nada é impossível a Deus, assim termina a resposta do anjo a Maria, disse o Papa. “Quando acreditamos que tudo depende exclusivamente de nós, ficamos prisioneiros das nossas capacidades, das nossas forças, do nosso míope horizonte. Quando, em vez disso, nos abrimos à graça parece que o impossível começa a se tornar realidade”.

O Papa acrescentou que, ainda hoje, Deus continua procurando aliados, homens e mulheres capazes de acreditar, de fazer memória, de sentir-se parte do seu povo, para cooperar com a criatividade do Espírito. “Deus continua percorrendo nossos bairros e nossas estradas, se impele em todo lugar em busca de corações capazes de ouvir o seu convite e fazê-Lo tornar-se carne aqui e agora”.

Parafraseando Santo Ambrósio, o Papa concluindo considerando que se pode dizer que Deus continua procurando corações como o de Maria, dispostos a acreditar mesmo em condições de tudo extraordinário. “Que o Senhor nos dê essa fé e essa esperança”.

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